O sagui de Schneider foi encontrado na zona de floresta altamente ameaçada, mas pouco estudada, do Estado de Mato Grosso, no Brasil.

Uma equipe de pesquisadores descobriu uma nova espécie de sagui, um pequeno primata de cauda comprida, na Amazônia brasileira.
O sagui de Schneider (Mico schneideri), descrito na última edição da revista Scientific Reports, recebeu o nome do professor Horacio Schneider, um pioneiro e importante colaborador na investigação da diversidade e evolução dos macacos.

A descoberta foi feita por uma equipe de pesquisadores liderada por Rodrigo Costa Araújo, atualmente pesquisador associado do Museu Paraense Emílio Goeldi, no Brasil. Araújo foi financiado em parte pelo Conservation Leadership Program (CLP), uma parceria de capacitação entre WCS, BirdLife International e Fauna & Flora International (FFI).

Os saguis amazônicos do gênero Mico estão entre os grupos mais diversos de macacos e são encontrados apenas nas florestas ameaçadas do “arco do desflorestamento”, região que responde por metade da mudança global do uso da terra nos últimos 30 anos. Atualmente, não há uma resposta de conservação para lidar com as perdas de habitat e as reduções populacionais a que estes saguis estão sujeitos, principalmente porque são pouco estudados.

O número total de espécies de saguis da Amazônia permanece desconhecido. Em 2019, Araújo e sua equipe descobriram o sagui Munduruku (Mico munduruku) em outra área dentro do “arco do desflorestamento”. O M. schneideri foi descrito a partir de saguis conhecidos pelos investigadores desde 1995, mas erroneamente identificados como M. emiliae.

O estudo aponta a existência de 16 espécies de Mico localizadas no “arco do desflorestamento” – uma extensa região no sul da Amazônia onde se concentram as maiores taxas de desflorestação e incêndios. Mais pesquisas são necessárias para avaliar o estado de conservação de M. schneideri e investigar a porção sul da sua distribuição geográfica. Além disso, continuar a descobrir exatamente quantos saguis da Amazônia ocupam essas florestas servirá de base para o primeiro passo para a conservação deste grupo de macacos ameaçados.