O Brasil registrou um aumento no número de casos de Covid-19, principalmente em São Paulo e no Rio de Janeiro, entre a última quinzena de outubro e os primeiros dias de novembro. Uma nova onda da doença veio com duas novas subvariantes da Ômicron, a BQ.1 e a XBB, e tem causado impacto também na Europa, China e nos Estados Unidos.

“É uma variante mais transmissível que consegue levar a um maior número de casos mesmo em pessoas completamente vacinadas”, afirma o vice-presidente da Sociedade Brasileira de Infectologia, Alexandre Naime Barbosa.

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O infectologista alerta que quem não tomou a dose de reforço da vacina pode ter infecções mais graves que levam a hospitalização e óbito. O ideal é que a população com menos de 30 anos tenha tomado três doses e a com mais de 40 anos quatro doses. Naime recomenda o uso de máscara por pessoas acima de 75 anos e imunossuprimidos. Segundo o médico, a vacinação das crianças está muito parada e é preciso reforçar as campanhas, especialmente da terceira e quarta doses em adultos.

No estado de São Paulo, nas últimas semanas de outubro, o número de internações no Sistema Único de Saúde (SUS) por conta da doença aumentou 86,5%. Na cidade de São Paulo, de acordo com o Painel Covid-19 da prefeitura, o número de novos casos em outubro foi de 9.097 contra 4.086 em setembro. Levantamento do Instituto Todos pela Saúde (ITpS) mostra um aumento dos testes positivos realizados pelas farmácias do país, de 3% para 17%, ao longo do mês de outubro.

O presidente do Departamento de Imunizações da Sociedade Brasileira de Pediatria e diretor da Sociedade Brasileira de Imunizações, Renato Kfouri, explica que esse aumento é resultante de algumas variáveis, como o não distanciamento, falta do uso de máscara e tempo decorrido entre a última massa de vacinados e o surgimento de uma variante diferente que escapa da imunidade conferida pelas vacinas.

“Essas novas variantes precisam encontrar uma população vulnerável para que ela se dissemine e é o que está acontecendo. Mesmo com a vacinação ela ainda escapa, mas não há registros de casos graves em vacinados”, pontua Kfouri.