A nova alocação de slots (autorizações para pousos e decolagens) para o Aeroporto de Congonhas, válida para a temporada de 26 de março a 28 de outubro do próximo ano, vai trazer um forte aumento da participação da Azul no terminal. Segundo apurou o Estadão/Broadcast, sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado, a Azul teve o maior avanço em relação ao número atual de slots, dos atuais 41 para 84 por dia.

Já a Gol e a Latam, que tradicionalmente dominam Congonhas, ganharam cada uma mais quatro autorizações no aeroporto. Com isso, a Gol foi de 234 slots por dia para 238, enquanto a Latam avançou de 236 para 240. Já a Voepass ficará com 20 slots diários.

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O aumento da participação da Azul era uma reivindicação de algum tempo, à medida que a companhia ganhou participação de mercado. Quando surgiu, a empresa optou por se concentrar em um “hub” alternativo, o Aeroporto de Viracopos, na região de Campinas. No entanto, como a demanda por Congonhas é maior, crescer no terminal se tornou uma prioridade para a companhia.

Recentemente, em entrevista ao Estadão/Broadcast, o CEO da Azul, John Rodgerson, classificou o aumento da participação da companhia aérea em Congonhas a partir do próximo ano como a “última peça do quebra-cabeça” para ampliar a presença da Azul em todo o País.

O movimento da companhia fundada por David Neeleman, aliás, para atendimento às capitais, coincide com um esforço da Gol e da Latam para elevar o número de trechos para municípios importantes do interior dos Estados.

Redistribuição

Os cálculos, publicados ontem pela Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), foram feitos no contexto de duas mudanças importantes para Congonhas: o aumento de capacidade do aeroporto pela Infraero a partir da próxima temporada e as novas regras para alocação de slots, que buscam incentivar a concorrência entre as empresas aéreas.

A expansão operacional do terminal permitiu o aumento de movimentos de pousos e decolagens por hora em Congonhas de 32 a 33 para 35 a 36 na aviação comercial – o que representa um acréscimo de três slots por hora. Os oito slots por hora da aviação geral permanecem sem alteração.

A nova alocação acomoda definitivamente os 41 slots que antes pertenciam à Avianca Brasil, que deixou de operar em 2019. Desses, atualmente 15 são operados pela Azul e 26, pela Voepass, repartidos de forma temporária.

A norma aprovada pela Anac em junho define que a distribuição dos slots em Congonhas deve respeitar o limite de 45% de participação por companhia. A ideia era aumentar a competitividade dentro do aeroporto, garantindo também o direito histórico das empresas já estabelecidas.

A regra de acesso definida é de que a empresa tenha tido 2% do RPK (passageiros-quilômetro transportados) no último ano no mercado, ou 1% do RPK com operação nos últimos dois anos.

Há ainda uma terceira alternativa para uma empresa entrar em Congonhas: ter pelo menos quatro aeronaves na frota e no mínimo três anos de operação.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.