13/03/2014 - 15:00
A temporada de 2014 da Fórmula 1 começa neste fim de semana em Melbourne, na Austrália, com várias incertezas ligadas ao rendimento dos novos motores V6 turbo-híbridos, o que pode chacoalhar a hierarquia da modalidade. Três montadoras, Renault, Mercedes e Ferrari, aceitaram o desafio lançado pela Federação Internacional de Automobilismo: reacender o interesse do público pela Fórmula 1, após quatro anos de monopólio da Red Bull, com um motor turbo menor (V6 de 1,6 l. no lugar do V8 de 2,4 l.) equipado de dois sistemas de recuperação de energia. Os engenheiros das 11 escuderias que competem este ano tiveram que superar o desafio técnico proposto pelo novo regulamento, com o desenho e a construção de novos monopostos capazes de um rendimento igual ou até melhor que os dos últimos anos. Com estas mudanças, porém, os carros correm maior risco de superaquecimento dos motores, têm menos capacidade aerodinâmica e precisam consumir menos combustível. Motor Mercedes domina pré-temporada A Fórmula 1 não é uma ciência exata e a revolução tecnológica poderia acarretar em surpresas, como por exemplo o bom rendimento da Williams neste início de temporada, para alegria dos fãs do esporte, que vêm perdendo o interesse pelas corridas em função do domínio absoluto da Red Bull, e dos torcedores brasileiros, que poderão ver Felipe Massa, único representante do país, correr num carro competitivo. O paulistano parece ter renascido desde que foi contratado pela escuderia britânica, depois de oito temporadas na Ferrari, onde teve resultados decepcionantes nos últimos anos. Massa não vence uma corrida desde 2008, em Interlagos, quando perdeu o título para o britânico Lewis Hamilton, na última curva. A Williams usa motores da Mercedes, escuderia que desponta como favorita para o início da temporada, com o ótimo desempenho de Lewis Hamilton e Nico Rosberg nos testes. A Red Bull conquistou os últimos quatro mundiais, mas começará a temporada 2014 com um atraso que Helmut Marko, conselheiro especial de Dietrich Mateschitz, dono da bebida energética, calcula em dois meses em relação às outras escuderias. Nesta temporada, o talento do alemão Sebastian Vettel, tetracampeão do mundo, parece não ser suficiente para evitar os prováveis maus resultados da equipe, principalmente no início da temporada. Na semana retrasada, nos testes realizados no circuito de Sakhir, no Bahrein, Vettel fez apenas a 18ª melhor volta, mais de quatro segundos mais lento do que Massa, o mais rápido dos testes. Este provável início ruim de Vettel poderia ser aproveitado pela Ferrari, que conta com um ‘dream team’ formado por dois grandes pilotos, o espanhol Fernando Alonso (bicampeão mundial em 2005 e 2006 com a Renault) e o finlandês Kimi Raikkonen (campeão em 2007 com a própria escuderia italiana), mas o rendimento do carro ainda é uma incógnita. A Force India, também equipada pela montadora alemã, tem potencial para incomodar escuderias mais tradicionais. Pensamento em Schumacher Para a alegria dos fãs, o japonês Kamui Kobayashi, conhecido pelas manobras ousadas, está voltando à F1, com a modesta Caterham. A categoria também terá três estreantes, o sueco Marcus Ericsson, também da Caterham, o russo Daniil Kvyat (da Toro Rosso) e o dinamarquês Kevin Magnussen, da McLaren. Em Melbourne, todos os fãs da F1 terão um pensamento para o alemão Michael Schumacher, heptacampeão da modalidade, que está em coma desde o dia 28 de dezembro, quando sofreu um grave acidente de esqui nos alpes franceses. Alguns pilotos, com Felipe Massa, levarão as iniciais do amigo e ex-companheiro inscritas no capacete. dlo/mcd/psr/lg/am