O Centro para Vigilância Viral e Avaliação Sorológica (CeVIVAS), com sede no Instituto Butantan, identificou uma nova sublinhagem da variante ômicron, a BN.1, pela primeira vez no Brasil.

A BN.1 é uma variante derivada da BA.2.75 da ômicron, e foi detectada a partir de uma amostra coletada em 27 de outubro em uma mulher de 38 anos, moradora da cidade de São Paulo.

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Segundo a bioinformata do CeVIVAS Gabriela Ribeiro, a detecção dessa sublinhagem é um indicativo de que ela está em circulação no estado de São Paulo. Mas, por não ser um exemplo de variante de preocupação, ou seja, mais transmissível, ela não deve causar grande impacto.

“Essa é uma variante que não é de preocupação, que não está sob monitoramento da OMS e é a primeira vez que ela é encontrada no Brasil. Pode ser que ela se espalhe, mas também pode se manter basal, ou seja, não circulando de maneira significante”, afirmou Gabriela, em nota do Instituto.

A BN.1 foi descrita primeira vez no sistema Pango de linhagens do SARS-CoV-2 na Índia em 28 de julho e atualmente é encontrada principalmente nos Estados Unidos (16% de todas as amostras de BN.1 encontradas no mundo), no Reino Unido (15%), Áustria (14%), Austrália (14%) e Índia (11%).

Novas sublinhagens detectadas

Na semana passada, o CeVIVAS detectou duas novas sublinhagens da ômicron, XBB.1 e CK.2.1.1, em duas amostras, uma na cidade de São Paulo e a outra em Ribeirão Preto (SP). A amostra de XBB.1 é recombinante entre as sublinhagens BA.2.10.1 e BA.2.75, e foi classificada pela OMS como Variante sob Monitoramento (VUM). Já a amostra de CK.2.1.1 já foi identificada na Alemanha, nos Estados Unidos, na Dinamarca, na Espanha e na Áustria.

Segundo a bioinformata, essa e as demais variantes que estão circulando no estado demonstram não ter o mesmo potencial das responsáveis pela nova onda de Covid-19 no Brasil e em outros países. “Existem várias novas variantes já descritas que estão circulando no estado de São Paulo, mas sem força suficiente para sobrepor a BQ.1.1”, afirma Gabriela.