20/10/2021 - 15:14
Depois dos professores e dos profissionais de saúde, a prefeitura de Nova York obrigará policiais, bombeiros e demais trabalhadores municipais a tomar a vacina contra a covid-19, anunciou nesta quarta-feira (20) o prefeito Bill de Blasio.
“A obrigação entrará em vigor em 1º de novembro para todas as forças de trabalho da cidade, entre elas a polícia, os bombeiros e os garis”, que terão que apresentar um certificado de vacinação para seguir trabalhando, segundo um comunicado divulgado pelo município.
“Não existe privilégio maior do que servir ao povo da cidade de Nova York, e este privilegio vem com a responsabilidade de manter a si mesmo e a comunidade seguros”, frisou De Blasio.
Após elogiar o desempenho dos trabalhadores essenciais ao longo de toda a crise sanitária, “é hora de eles mostrarem para sua cidade o caminho para acabar com a pandemia de uma vez por todas”, disse.
Para incentivar a vacinação, o município promete pagar 500 dólares aos que receberem a primeira dose até 29 de outubro. A partir desta data, os relutantes deixarão de receber o salário “até que apresentem o comprovante de vacinação aos superiores hierárquicos”, e podem inclusive perder seus empregos, como já vem acontecendo com professores e profissionais de saúde que recusaram a vacina.
A única exceção à medida é a categoria de vigilantes penitenciários, para os quais a obrigatoriedade foi adiada até 1º de dezembro devido à falta de agentes na prisão de Rikers Island, onde o agravamento das condições de detenção foi denunciado repetidamente nas últimas semanas.
Por sua vez, o principal sindicato da polícia nova-iorquina, o Police Benevolent Association, já anunciou que vai recorrer da determinação municipal na Justiça.
“Agora que a cidade decidiu unilateralmente pela imposição desta ordem, procederemos com uma ação judicial para proteger os direitos de nossos membros”, disse o presidente do sindicato, Patrick J. Lynch, em um comunicado veiculado no Twitter.
Ao menos 71% dos 160.000 funcionários da cidade afetados pela decisão da prefeitura já receberam pelo menos uma dose da vacina, o que significa que 46.000 pessoas ainda não foram imunizadas.
Até agora, a obrigação afetava apenas algumas profissões mais expostas ao público, como professores e profissionais da saúde. As demais tinham a opção de apresentar um teste negativo a cada semana para poder trabalhar.
Muito afetada pela pandemia em 2020, Nova York já exige o certificado de vacinação para muitas atividades em locais fechados, como restaurantes, cinemas, teatros e academias.
Mais de 34.000 pessoas morreram de covid-19 na cidade de mais de oito milhões de habitantes.
– Resistência às vacinas –
Outros estados e cidades do país têm adotado medidas similares. Na segunda-feira (18), entrou em vigor no estado de Washington, na costa oeste do país, a ordem decretada pelas autoridades em agosto que obriga seus 800 mil funcionários públicos a se vacinar.
A cidade de San Francisco, na Califórnia, também deu prazo até 1º de novembro para que seus 35.000 funcionários estejam vacinados. No Texas, por outro lado, o governador republicano proibiu a exigência de obrigatoriedade da vacina, inclusive nas empresas privadas.
Já em Chicago, a prefeita Lori Lightfoot e o presidente do sindicato de polícia local, John Catanzara, mantêm uma queda de braço sobre as vacinas e se as autoridades públicas têm o direito de obrigar a vacinação.
O principal sindicato de polícia pediu a seus associados que se neguem a informar se estão vacinados ou não, em um momento em que Chicago volta a liderar as estatísticas de assassinatos nos Estados Unidos, com 639 homicídios este ano até 13 de outubro, um índice 55% maior que o registrado há dois anos.
Entre as forças policiais há mais pessoas reticentes às vacinas que no restante da população. Contudo, segundo o site Officer Down, 228 policiais morreram nos Estados Unidos por covid-19 em 2021, o que a transforma na principal causa de morte em serviço, já que foram 356 mortes registradas em serviço no total até agora.
Enquanto isso, o governo de Joe Biden prevê o início da vacinação contra a covid-19 para as crianças com entre 5 a 11 anos a partir de novembro, uma medida que habilitará mais 28 milhões de pessoas a serem imunizadas no país.
Até esta quarta-feira, 77,1% da população maior de 12 anos já tinha recebido uma ou mais doses da vacina contra a covid-19.