A Novo Nordisk disse nesta quinta-feira (11) que pediu a todos os seus funcionários para que voltem a trabalhar do escritório, à medida que o novo presidente-executivo da empresa tenta acelerar a tomada de decisões e melhorar sua execução comercial em meio à intensa concorrência no mercado.

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Na quarta-feira (10), a Novo disse que cortaria 9 mil postos de trabalho depois que o crescimento das vendas estagnou e as ações caíram, derrubando US$450 bilhões da capitalização de mercado da empresa desde meados do ano passado, conforme ela enfrenta a concorrência da rival Eli Lilly e medicamentos copiados.

No Brasil, a Novo Nordisk ganhou fama sobretudo por fabricar a semaglutida, substância presente nos remédios Ozempic e Wegovy. O medicamento é utilizado no tratamento de diabetes e do sobrepeso.

Em nota, a empresa afirma que o novo regime de trabalho presencial cinco dias na semana será global. “O objetivo e fortalecer o senso de pertencimento, estreitar relacionamentos, aprimorar a colaboração e acelerar os processos de tomada de decisão”, disse a empresa em um comunicado. A nota informa que regimes flexíveis poderão ser acordados de forma individual entre gestores e funcionários.

A empresa se recusou a comentar qual era sua política anterior de “home office”. De acordo com a agência de notícias dinamarquesa Ritzau, não havia diretrizes gerais sobre o trabalho em casa antes desta quinta-feira, e as regras variavam de um país e departamento para outro.

Sindicato critica decisão da Novo Nordisk

O presidente do sindicato dinamarquês HK Privat, que organiza a equipe administrativa e os técnicos de laboratório da Novo Nordisk, disse estar surpreso com o fato de a Novo ter descontinuado sua política de trabalho em casa.

“Trabalhar em casa e uma cultura de escritório vibrante não são necessariamente mutuamente exclusivos”, disse Kim Jung Olsen em um comunicado. “É lamentável para os muitos funcionários que gostaram de poder trabalhar em casa de vez em quando que a gerência não tenha conseguido fazer isso funcionar na Novo Nordisk.”

A solicitação da Novo vem depois que outras empresas abandonaram suas políticas de trabalho em casa.

A Novo disse que ainda será possível que os funcionários façam acordos individuais com seus gerentes, deixando alguma margem de flexibilidade para garantir que as necessidades pessoais e comerciais sejam atendidas.