17/03/2022 - 20:34
Um pedido renovado por justiça se fez ouvir nesta quinta-feira, no 30º aniversário do atentado à embaixada de Israel em Buenos Aires, em um ato no qual autoridades israelenses voltaram a acusar o Irã e o grupo xiita Hezbollah.
O ato começou com o som de uma sirene às 14h45, hora em que, no dia 17 de março de 1992, um carro-bomba fez explodir o antigo casarão onde ficava a sede diplomática, no bairro da Recoleta, e onde hoje há uma praça, local da homenagem.
“Trinta anos que esperamos por justiça e a justiça tarda. Ela é quase silenciosa, como aquele silêncio feroz nos segundos posteriores à explosão”, disse a embaixadora de Israel na Argentina, Galit Ronen. Ela insistiu na posição de Israel, que, desde o começo, responsabilizou o Irã pelo atentado.
“Sabemos quem são os responsáveis por esse atentado e também pelo que ocorreu dois anos depois na Amia. Seu nome é Hezbollah, e o sobrenome, Irã”, afirmou a embaixadora.
No mesmo sentido, expressou-se o vice-primeiro-ministro e ministro da Justiça de Israel, Gideon Sa’ar. “Esse atentado horrendo tem um autor claro. O Irã cometeu esse atentado terrorista terrível por meio de seu representante Hezbollah”, afirmou Sa’ar, exigindo que “sejam levados a julgamento por seus crimes contra a humanidade”.
O processo judicial, nas mãos da Suprema Corte de Justiça, por se tratar de um eisódio internacional, não resultou em detidos ou processados e está praticamente paralisado. Em 2006, foi declarado imprescritível.
“Três décadas se passaram e essa conta dolorosa segue pendente”, lamentou o ministro argentino Martín Soria, que falou em nome do governo de Alberto Fernández sobre o ataque, que deixou 29 mortos e 200 feridos .
Soria assinalou que “memória, verdade e justiça são os pilares que devem nos guiar em cada acontecimento aberrante como o que recordamos hoje. Infelizmente, não podemos dizer que a verdade foi alcançada, muito menos que a justiça foi feita.”
Dois anos após o ataque à embaixada de Israel, um outro atentado em Buenos Aires explodiu a sede da Amia. “Em ambos os casos, infelizmente, o denominador comum é a falta de avanço nas causas judiciais, que geram uma impunidade dolorosa”, ressaltou Soria.
A Argentina tem a maior comunidade judaica da América Latina, com cerca de 300.000 membros.