28/01/2023 - 14:45
Pesquisadores do Instituto de Psiquiatria, Psicologia e Neurociência do King’s College de Londres criaram um teste de sangue que pode prever o risco de uma pessoa desenvolver a doença de Alzheimer até 3,5 anos antes do diagnóstico clínico. O estudo, publicado na revista “Brain”, afirma que os componentes do sangue humano podem modular a formação de novas células cerebrais, um processo denominado neurogênese, que ocorre em uma parte do cérebro chamada hipocampo, envolvida no aprendizado e na memória.
Embora a doença de Alzheimer afete a formação de novas células cerebrais no hipocampo durante os estágios iniciais da doença, estudos anteriores só conseguiram estudar a neurogênese em seus estágios posteriores por meio de autópsias. Para entender as mudanças nos estágios iniciais, os pesquisadores coletaram amostras de sangue ao longo de vários anos de 56 indivíduos com comprometimento cognitivo leve (CCL), condição em que alguém começa a experimentar uma piora de sua memória ou capacidade cognitiva.
“Em nosso estudo, tratamos células cerebrais com sangue retirado de pessoas com CCL, explorando como essas células mudaram em resposta ao sangue à medida que a doença de Alzheimer progredia”, afirma a Aleksandra Maruszak, uma das principais autoras do estudo
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Embora nem todos os que sofrem dessa condição desenvolvam a doença de Alzheimer, aqueles com a doença progridem para um diagnóstico em uma taxa muito maior do que a população em geral. Dos 56 participantes do estudo, 36 receberam o diagnóstico de doença de Alzheimer.
Embora as razões subjacentes ao aumento da neurogênese permaneçam obscuras, os pesquisadores teorizam que pode ser um mecanismo de compensação precoce para a neurodegeneração (perda de células cerebrais) experimentada por aqueles que desenvolvem a doença de Alzheimer.