Ao tratar de riscos reputacionais relacionados a seu negócio, o Nubank afirma que a área de gestão de recursos da fintech foi alvo de “publicidade negativa” e “especulações” em janeiro deste ano. Embora a fintech não dê maiores detalhes, é possível inferir que essas especulações estão relacionadas à recuperação judicial da Americanas.

Em janeiro, cotistas de um fundo de renda fixa gerido pela asset do Nubank tiveram retorno negativo por causa da aplicação do fundo em debêntures da Americanas, que era de cerca de 1% do patrimônio. Os títulos desvalorizaram após a varejista informar um rombo contábil de R$ 20 bilhões, que a levaria a pedir recuperação judicial naquele mesmo mês.

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“Mais recentemente, também fomos alvos de publicidade negativa e de especulações de mercado em torno de nossas atividades relacionadas à gestão de recursos em janeiro de 2023”, diz o Nubank no formulário 20F, enviado à SEC, a CVM americana, nesta quinta-feira. “Esta e qualquer futura publicidade negativa poderiam afetar nossa reputação e causar rupturas no negócio.”

A gestora do Nubank não foi a única que aplicou em debêntures da Americanas: outras casas de mercado com estratégias que envolviam crédito privado fizeram o mesmo. Até revelar o rombo contábil, a varejista tinha alta nota de crédito nas principais agências de avaliação de risco.