30/09/2025 - 6:00
Conforme levantamento da Elos Ayta Consultoria, o Nubank e o Itaú disputam o trono de banco mais valioso da América Latina inteira, com diferença de apenas US$ 3 bilhões de valor de mercado entre ambos.
Atualmente o Nubank ocupa o posto, com valor de mercado na casa dos US$ 77,1 bilhões, ao passo que o Itaú vale US$ 74,3 bilhões.
Ambas as empresas têm visto uma alta de dois dígitos percentuais nas suas ações no acumulado deste ano de 2025. No caso das ações do Nubank, há uma alta acumulada de 50% desde o dia 1º de janeiro, com uma cotação que beira os US$ 16 na bolsa de valores de Nova York (NYSE).
Enquanto isso os papéis ITUB4 sobem 40% em 2025, negociados atualmente na faixa dos R$ 38,90.
O fato de o Nubank ocupar a posição de maior banco da América Latina em termos de valor de mercado vem na esteira de melhores resultados operacionais e marcas relevantes.
Quando a fintech entrou na bolsa de valores – em meados de dezembro de 2021 – ela passou a ocupar a liderança desse ranking. Todavia, isso durou pouco, dada a desvalorização das ações que sucedeu a estreia na bolsa, em um contexto de maior aversão ao risco nos mercados globais no início.
Em janeiro de 2022, cerca de um mês após sua oferta pública inicial, o valor de mercado do Nubank caiu e então o Itaú retomou a liderança como o banco mais valioso da América Latina.
Em maio de 2024 o roxinho ultrapassou novamente o Itaú e consolidou sua liderança nos meses seguintes. Todavia, o Itaú – na esteira de bons resultados trimestrais e melhora de eficiência – também tem mostrado uma valorização nos últimos meses, acirrando a disputa entre os dois players que se aproximam dos US$ 80 bilhões de valor de mercado.
A marca registrada da fintech – o foco no cliente – fez com que em um passado recente a sua base de correntistas ultrapassa a dos incumbentes. Em meados de junho de 2023 o Nubank ultrapassou o Banco do Brasil em volume de clientes, com mais de 80 milhões – evidenciando um aumento drástico da competitividade no setor financeiro, dado que o BB é uma instituição consolidada que foi fundada no século XIX.
Ainda em janeiro deste ano o Nubank ultrapassou também o Itaú em número de clientes, com 100,8 milhões correntistas brasileiros, ante 98,5 milhões do concorrente.
Vale destacar que, afora essa briga pelo posto de maior banco da região, a medalha de bronze também fica com um player em franca ascensão, o BTG Pactual. Com resultados trimestrais que surpreenderam o mercado por conta da rentabilidade e da expansão de diversas áreas de negócios, o banco de André Esteves registra uma valorização de 80% somente no ano de 2025.
Com isso, o valor de mercado do BTG Pactual fica na casa dos US$ 45 bilhões, o colocando como o terceiro maior banco da região, a frente de Bradesco (US$ 32 bilhões), Banorte (US$ 27 bilhões), Credicorp (US$ 25 bilhões) e Banco do Brasil (US$ 23,7 bilhões).
Antes de subir, Nubank amargou perdas expressivas
Há cerca de um ano atrás, em setembro de 2024, a fintech valia cerca de US$ 70,4 bilhões e antes de voltar a ter um valuation na casa dos US$ 70 bilhões novamente, sofreu uma forte correção no final do ano, fechando o mês de dezembro com valor de mercado de US$ 49,9 bilhões.
Depois disso, se recuperou de forma vertiginosa, ganhando quase US$ 27 bilhões em nove meses.
Segundo a consultoria Elos Ayta, essa valorização reflete a ‘confiança dos investidores em sua capacidade de crescer, expandir margens e diversificar receitas mesmo em um ambiente de juros altos e competição acirrada’.
A casa aponta que a ascensão da companhia pode ser explicada por:
- Modelo digital e escalável: Com operações 100% digitais, o Nubank consegue expandir sua base de clientes a custos significativamente menores do que os bancos tradicionais. Hoje, ultrapassa 100 milhões de clientes na América Latina, sendo a maior instituição digital do continente.
- Expansão regional: A atuação no Brasil, México e Colômbia posiciona a empresa em mercados com enorme potencial de bancarização e consumo, o que amplia seu horizonte de crescimento
- Ecossistema completo de serviço: O Nubank deixou de ser apenas um emissor de cartões e construiu um ecossistema que inclui conta corrente, crédito, seguros, investimentos e marketplace de produtos financeiros
- Conexão com as novas gerações: O apelo entre clientes jovens e digitalizados é um diferencial estratégico. A lealdade e o engajamento dessa base impulsionam a monetização e criam barreiras competitivas
“A fotografia atual do setor financeiro latino-americano mostra um equilíbrio de forças em plena transformação. Em 2025, os bancos tradicionais ainda detêm peso relevante, dos 20 maiores grupos listados, nove são instituições financeiras, mas a natureza dessa liderança mudou. O protagonismo passou de quem tem a maior rede de agências ou a base de ativos mais robusta para quem consegue capturar a confiança dos investidores em torno de crescimento escalável e inovação contínua” diz a Elos Ayta sobre a liderança do Nubank dentre os bancos da América Latina.