Na esteira de uma valorização de cerca de 6% no acumulado do mês de outubro, o Nubank passou a se tornar a empresa mais valiosa do Brasil em termos de valor de mercado, valendo US$ 76,7 bilhões – ou R$ 409 bilhões no câmbio atual.

+Veja ranking da Forbes das 10 maiores empresas do agro brasileiro

Segundo cálculos da Elos Ayta Consultoria, o valor de mercado do Nubank então superou a Petrobras, com US$ 74,7 bilhões. O Itaú, o terceiro do pódio no Brasil, tem valor de mercado de US$ 73,1 bilhões.

Em toda a América Latina, o banco digital é a segunda maior empresa. Com folga, o Mercado Livre ocupa o topo deste ranking, com US$ 116 bilhões de valuation.

Dentre os bancos, o roxinho segue no topo do ranking da América Latina, fruto de resultados trimestrais melhores do que as projeções e marcos relevantes – incluindo ultrapassar o Banco do Brasil e o Itaú em volume de correntistas, com mais de 100 milhões atualmente.

Gráfico: Elos Ayta Consultoria

 

O mercado tem premiado a empresa, apostando na tese de que a fintech deve seguir com um crescimento relevante, linhas finais do balanço com números expressivos, margens maiores e receitas diversificadas.

A companhia também surfa um crescimento regional relevante, dado que além da alta capilaridade no Brasil, a empresa tem crescido em outras geografias como México e Colômbia – no qual a primeira tem mostrado uma melhora macroeconômica, o que animou o mercado e a gestão da fintech.

Ainda nas últimas semanas a empresa também deu passos claros para operar fora da América Latina, incluindo uma solicitação de um charter bancário nos EUA – movimento que mudou a percepção do mercado de que a fintech será apenas uma gigante latina para ser um player com possibilidade de escala global.

O que fez o Nubank roubar o trono da Petrobras em outubro

No mês de outubro, em específico, também foram registradas recompras, o que reduz o fluxo de oferta e dá suporte ao preço no curto prazo. O momento também foi de otimismo do sell side, com análises favoráveis à empresa e sinalizações positivas sobre indicadores técnicos relevantes.

Analistas vinham elevando projeções de receita por cliente e lucro futuro, o que possivelmente motivou compras de fundos e institucionais. A tese é de que a empresa segue bem posicionada para capturar crescimento, mesmo em meio a cenário macroeconômico mais desafiador.

Na sua divulgação do resultado trimestral mais recente, em meados de agosto, a companhia mostrou lucro líquido de US$ 637 milhões, superando projeções e representando alta de 42% na base anual.

O balanço em questão animou investidores e fez diversos bancos revisarem suas estimativas e recomendações.

“O Nubank conseguiu transformar o ganho de escala em geração efetiva de lucro e valor ao acionista. A combinação de crescimento acelerado, controle de custos e diversificação de receitas o colocou em um novo patamar de competitividade na região”, avalia a Elos Ayta.

No mesmo sentido, o avanço do Nubank com Inteligência Artificial (IA) tem animado o sell side. Em 2024 o Nubank comprou a Hyperplane, uma empresa de inteligência de dados do Vale do Silício, e desde então vem melhorando paulatinamente suas estratégias de concessão de crédito.

Na contramão, a Petrobras recua 5,5% nos últimos 30 dias e mais de 18% no acumulado do ano de 2025. Em um passado mais recente a estatal tem sofrido com os cortes nas projeções do petróleo Brent e o recuo do preço da commodity em si.

Apesar dos resultados operacionais positivos, preços menores impactam direta e significativamente as linhas finais do balanço da empresa. Atualmente o Brent opera abaixo de US$ 65.

Especialistas da S&P Global apontam que o excesso global de oferta está se acumulando, o que pesa sobre os preços e os pressiona para baixo neste fim de ano de 2025.