O número de consumidores da América Latina que apenas utiliza dinheiro em espécie e não tem conta bancária registrou queda de 45% para 21%, segundo um relatório divulgado pela Mastercard, que mostra dados da inclusão financeira pós Covid-19 na América Latina e no Caribe.

Antes do período de pandemia, 25% dos participantes afirmavam utilizar dinheiro para mais de 75% das suas despesas mensais, mas em 2023 este número caiu para 15%.

+ Metade do dinheiro ‘esquecido’ nos bancos não foi resgatado
+ Brasileiros usam cada vez menos dinheiro em espécie, diz BC

Inclusão Financeira

A maioria dos latino-americanos (79%) tem acesso a produtos financeiros básicos, no entanto ainda existe uma lacuna entre esses indivíduos para alcançar formas mais avançadas de inclusão financeira. Por exemplo, enquanto 58% dos latino-americanos possuem um cartão de crédito, apenas 3 em 10 têm acesso a outras formas de crédito, como empréstimos, seguros ou produtos de investimento.

Outro detalhe é que, entre os indivíduos que responderam à pesquisa, apenas 59% dos que têm baixa renda e 40% dos que vivem fora das grandes cidades afirmaram ter conta bancária.

Segundo a pesquisa, os governos nacionais foram fundamentais para promover a inclusão financeira durante e após a pandemia, 15% dos indivíduos que responderam à pesquisa afirmaram ter tido acesso à sua primeira conta bancária graças à digitalização da assistência governamental.

Veja os destaques do Brasil

  • Em relação à população que usa dinheiro em espécie para pagar mais da metade de suas despesas mensais, o Brasil apresenta uma das reduções mais significativas (17%), junto a México (17%) e Argentina (20%).
  • Metade da população latino-americana afirma não utilizar QR Code, porém, em mercados como Argentina e Brasil esse número cai, respectivamente, para 29% e 35%.
  • Sobre a relação de acesso entre cartão de crédito e empréstimo, na região da América Latina, 58% afirmaram ter acesso a um cartão de crédito, enquanto 38% têm acesso a um empréstimo ou linha de crédito.
  • Porém, na Argentina e no Brasil, há mais acesso a cartões de crédito (75%), mas menos a empréstimos (19% e 28%, respectivamente).

Metodologia

O estudo, realizado em parceria com a Ami (Americas Market Intelligence), inclui a Argentina, Brasil, Colômbia, El Salvador, Guatemala, México e Peru.

A pesquisa ocorreu entre novembro de 2022 e janeiro de 2023 e consistiu em uma revisão dos dados disponibilizados pelos governos e instituições financeiras, bem como entrevistas com 25 prestadores de serviços financeiros e entrevistas online com 2.815 indivíduos nesses sete mercados.