A quantidade de jovens entre 15 e 29 anos que não trabalham e nem estudam caiu para a menor quantidade da série histórica iniciada em 2012: 10,3 milhões, ou cerca de 21,2%. Os dados foram divulgados nesta quarta-feira, 4, pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

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“Esta redução se deve à melhora do mercado de trabalho, ao aumento no número de jovens que estudavam e estavam ocupados e também às mudanças demográficas que levam a uma gradual diminuição da população mais jovem no país”, avalia a analista do IBGE Denise Guichard.

Confira no gráfico a evolução dos modos de ocupação da faixa etária:

Os dados demonstram que quanto menor a faixa de rendimento, maior a proporção de jovens de 15 a 29 anos fora do sistema de ensino e sem trabalho. Nos domicílios com menores rendimentos, 49,3% dos jovens (praticamente a metade) não estudavam e não estavam ocupados. Nos 10% de residências com maiores receitas, esta porcentagem era de apenas 6,6%.

Jovens fora do ensino fundamental crescem

Apesar da boa notícia dos jovens que saíram do estado apelidado de “nem-nem” (nem trabalham e nem estudam), o Brasil ainda não alcançou os níveis registrados antes da pandemia de COVID-19 no grupo de crianças de 6 a 14 anos no ensino fundamental. Em 2019, a taxa era de 97,1%, mas caiu para 95,2% em 2022 e 94,6% em 2023.

A principal razão apontada pelos homens de 15 a 29 anos para deixarem os estudos foi a necessidade de trabalhar. Já entre as mulheres da mesma faixa etária, a gravidez (23,1%) e as tarefas domésticas (9,5%) juntas foram mais prevalentes do que a necessidade de trabalhar (25,5%) como motivo para o abandono escolar.

Os afazeres domésticos também impulsionam uma  grande quantia de mulheres para fora da força de trabalho, ou seja, elas não estão estudando ou trabalhando e nem procurando emprego. Esta situação ocorre com 76,5% das jovens sem trabalho e estudos com idade entre 15 a 29 anos, contra 61,7% dos homens da mesma idade e situação. A diferença é de 14,8 pontos percentuais entre os gêneros.