15/07/2025 - 7:30
O grupo de tecnologia americano Nvidia anunciou nesta terça-feira (15) que retomará a venda à China de seus chips para Inteligência Artificial H20, após a suspensão das exportações devido às restrições de licenças impostas pelo governo dos Estados Unidos.
A empresa com sede na Califórnia produz alguns dos semicondutores mais avançados do mundo, mas não pode exportar a tecnologia de ponta para a China devido aos temores de que Pequim possa utilizá-la para reforçar seu poderio militar.
A unidade de processamento H20, menos potente, podia ser vendida para a China, mas em abril o governo de Donald Trump endureceu as exigências para as licenças de exportação.
O CEO da Nvidia, Jensen Huang, declarou nesta terça-feira em um vídeo exibido pela emissora estatal chinesa CCTV que o governo americano aprovou as licenças da empresa para começar a comercializar os H20 no mercado chinês.
“Estou ansioso para o momento de despachar os H20, estou muito feliz com esta excelente notícia”, afirmou.
Zhang Guobin, fundador do portal especializado chinês eetrend.com, afirmou que a retomada das vendas proporcionará “um importante aumento nas receitas” da Nvidia, o que compensaria as perdas provocadas pelas restrições.
Além disso, aliviaria o impacto das tensões comerciais nas cadeias de suprimento de semicondutores, explicou à AFP.
O analista apontou que as empresas chinesas prosseguirão concentradas no desenvolvimento local de chips e acrescentou que o governo Trump “é propenso a mudanças bruscas em suas políticas, o que dificulta avaliar quanto tempo a abertura pode durar”.
O CEO da Nvidia comparecerá na quarta-feira a uma importante exposição internacional sobre as cadeias de suprimento da China, confirmou o organizador do evento à AFP.
Esta é a terceira viagem do Huang à China este ano, segundo a CCTV.
– “Potencial da economia chinesa” –
A China é um mercado crucial para a Nvidia, mas nos últimos anos as restrições às exportações impostas pelos Estados Unidos deixaram o grupo exposto a uma concorrência mais acirrada com empresas locais, como a Huawei.
Pequim condenou as restrições de Washington por considerá-las injustas e projetadas para prejudicar seu desenvolvimento.
Jensen Huang, um engenheiro que nasceu em Taiwan, disse ao vice-primeiro-ministro He Lifeng durante uma visita a Pequim em abril que está otimista a respeito do “potencial da economia chinesa”, segundo a agência estatal de notícias Xinhua.
O executivo afirmou que está disposto a continuar aprofundando a presença no mercado chinês e a desempenhar um papel positivo na promoção da cooperação comercial entre Estados Unidos e China, segundo a Xinhua.
A imposição de restrições mais rigorosas dos Estados Unidos coincide com um momento complicado para a economia chinesa, devido ao consumo interno fraco e a uma prolongada crise no setor imobiliário.
O presidente chinês, Xi Jinping, pediu que a economia seja menos dependente diante das incertezas externas.