03/11/2014 - 12:21
As bolsas dos Estados Unidos devem começar o primeiro pregão de novembro sem rumo claro, apontam os índices futuros. Depois da euforia causada na sexta-feira pelas medidas de estímulos inesperadas do Banco do Japão, com os índices de ações atingindo níveis recordes, os investidores fazem ajustes em suas apostas nesta segunda-feira. A expectativa é por dados da indústria norte-americana, depois da piora dos números do setor na China e da alta modesta na zona do euro. Às 12h15 (de Brasília), no mercado futuro, o Dow Jones subia 0,08%, o Nasdaq avançava 0,17% e o S&P 500 subia 0,17%.
Além de indicadores, a segunda-feira e os próximos dias terão várias apresentações de dirigentes do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano), incluindo sua presidente, Janet Yellen, que participa na sexta-feira de um evento em Paris. O mercado está ansioso por avaliações da economia norte-americana e as implicações para a política monetária, sobretudo depois que o comunicado final da reunião da semana passada, que não teve entrevista à imprensa, mostrou o Fed mais otimista com a recuperação da economia. Para alguns analistas, a avaliação pode ser um sinal de que a alta de juros está mais próxima do que se espera no país.
Hoje, o presidente do Fed de Chicago, Charles Evans, tem uma apresentação prevista bem na hora da abertura do mercado em Wall Street, às 12h30 (de Brasília). Ele terá poder de voto nas reuniões de política monetária em 2015, ano em que os analistas esperam que o Fed vai voltar a subir os juros.
Quem também fala nesta segunda é o responsável pelo Fed em Dallas, Richard Fisher, às 15h40 (de Brasília). Conhecido “hawk” (falcão), por defender juros mais altos, alguns economistas, como os do Bank of America Merrill Lynch, esperavam que ele fosse ser voto dissidente na reunião do Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês) da semana passada, o que acabou não ocorrendo. Por isso, a expectativa é ver a avaliação de Fisher do cenário atual e as implicações para a alta de juros.
Nos indicadores da atividade econômica, depois de números da indústria na China e Europa, a expectativa nesta segunda-feira é por dados do segmento nos EUA, com a leitura final de outubro. Na China, o índice dos gerentes de compras (PMI) oficial caiu para 50,8 no mês passado, de 51,1 em setembro. Foi o menor nível em cinco meses e a interpretação é de que o país asiático pode precisar de novas medidas de estímulo econômico. Na Europa, o PMI da zona do euro subiu para 50,6, pouco abaixo do nível esperado pelos economistas (50,7).
Nos EUA, o PMI industrial do instituto Markit será divulgado às 12h45 (de Brasília) e quinze minutos depois sai o índice de atividade (ISM) do mesmo setor. O RBC Capital Markets projeta que o ISM fique em 56,5, praticamente estável em relação ao nível de setembro (56,6).
Além disso, o Departamento de Comércio revela os investimentos do setor de construção, às 13h (de Brasília) de setembro. O setor veio com números considerados fracos no terceiro trimestre, de acordo com o economista do BMO Capital Markets, Douglas Porter. Os dados divulgados no Produto Interno Bruto (PIB) mostram que os investimentos em residências subiram 1,9% no período, abaixo dos 8,8% do segundo trimestre. Mas, para a leitura preliminar do PIB, ainda não havia todos as estatísticas do período e o número foi calculado com base em inferências. Por isso, a expectativa pelos dados de setembro.
No noticiário corporativo, o papel da Sapient disparava 42% no pré-mercado após a francesa Publicis anunciar a aquisição da empresa por US$ 3,7 bilhões em dinheiro. A Sapient tem sede em Boston e é uma empresa de serviços e consultoria, que tem uma divisão que trabalha com o governo dos EUA.
Além das fusões, o calendário de divulgação de balanços segue atraindo atenção. Nesta segunda, a seguradora AIG, a Herbalife, fabricante de alimentos para emagrecer, e a operadora de telefonia Sprint vão revelar seus números trimestrais após o fechamento do mercado.