21/03/2007 - 7:00
Ela é nanica dentro da bilionária indústria da segurança. Fatura R$ 340 milhões em um setor que movimenta pelo menos R$ 13 bilhões anualmente. Mas, numa jogada de mestre, a Guarda Patrimonial aproveitou-se do desaparecimento de rivais fortes para herdar seus contratos, funcionários e todo um futuro promissor. Resultado: hoje, a empresa cresce a passos largos no disputado segmento de vigilância, sobretudo na área patrimonial intramuros, com um exército de 12,5 mil funcionários e 800 clientes, entre os quais estão os bancos Bradesco, Itaú e Santander, e as operadoras de telefonia Tim, Vivo e Telemar. Com isso, a empresa dobrou o faturamento em dois anos. ?O mérito da GP foi correr para aproveitar o espaço das empresas que saíram do mercado?, avalia um consultor ouvido por DINHEIRO. Mas ela quer mais. Trata-se de um setor descentralizado e com muito potencial para crescer.: 1884 empresas estão autorizadas pela Polícia Federal a explorar os serviços de vigilância, de acordo com a Federação Nacional das Empresas de Segurança Privada e Transporte de Valores (Fenavist), e a cada ano surgem novatas. Elas são atraídas por um dado tentador: no Brasil ainda há um vigilante para cada policial, enquanto nos Estados Unidos a proporção é de três para um.
JOSÉ JACOBSON, VICE-PRESIDENTE “Profissionalização da GP é uma exigência dos clientes”.
Para a GP, chegar lá é questão de tempo. O setor ficou aquecido com a retomada do crescimento econômico do País a partir de 2004, a migração dos contratos da segurança orgânica (realizada pelos clientes, que treinavam, eles próprios, seus vigias) para a segurança terceirizada e o maior controle da Polícia Federal sobre a clandestinidade. Isso, sem falar no sentimento de insegurança da população diante do aumento da criminalidade e da violência, embora esse aspecto conte menos. José Jacobson Neto, o vice-presidente da GP, atribui o sucesso do grupo ao treinamento do pessoal. ?A Guarda Patrimonial é uma das sete proprietárias da maior academia formadora de vigilantes do Brasil, a Emforvigil. A profissionalização é uma exigência dos clientes?, diz. Nos últimos anos, a empresa tem buscado contratos na indústria e nos condomínios. Esse foco tornou possível a expansão para o Rio de Janeiro, Bahia, Paraná e Rio Grande do Sul. Para 2007, o plano é reforçar os serviços de escolta e proteção executiva ? outra ?menina-dos-olhos? do setor ? e superar o maior dos desafios: o avanço da informalidade. Até aqui, a luta tem sido inglória, pois faltam verbas e poder suficientes à polícia para combater os clandestinos. Além disso, com os enormes encargos trabalhistas, que consomem 50% do faturamento, a GP precisa se esforçar para manter preços competitivos. ?Os informais cobram menos, mas não recolhem nada e não são profissionais?, aponta Jacobson.
R$ 340 milhões foi o faturamento da GP em 2006. A empresa praticamente dobrou de tamanho em dois anoss