O que esperar de uma empresa sediada na pequena Pato Branco (PR), que produz fogões a lenha e ousa brigar no segmento de eletrodomésticos onde quem dá as cartas são as grandes corporações multinacionais? Na certa, um retumbante fracasso. Não foi o que aconteceu com a Atlas Eletrodomésticos. Desde que assumiu o comando da companhia, em 1985, Cláudio Petrycoski, filho do fundador, vem trabalhando para transformá-la em uma potência desse setor. E os números mostram que ele conseguiu. Para começar ele não ficou só na lenha. Diversificou para modelos a gás e vai bater a marca de um milhão de fogões produzidos este ano. Volume suficiente para colocar a Atlas na terceira posição do ranking dominado pela Dako (GE) e a Continental (Bosch). ?Vamos fechar o ano com receitas de R$ 165 milhões, um crescimento de 135% em relação a 1999?, calcula o empresário. O ?ultrapassado? modelo a lenha continua a ser produzido e responde por 10% das vendas. Petrycoski acaba de abrir nova frente de luta com as multinacionais. No mês passado começaram a chegar às lojas as máquinas de lavar roupa e louça, além das secadoras.

Para entrar nesse nicho a companhia investiu R$ 13 milhões. Boa parte foi gasta na aquisição dos ativos da falida Enxuta, sediada em Caxias do Sul (RS). Petrycoski diz que a estratégia da Atlas, de atuar com custos reduzidos e preços sob medida para consumidores das classes C e D, permanecerá inalterada. Para ajudar nessa batalha ele contratou profissionais experientes no mercado. Os primeiros resultados já começam a aparecer. A carteira de clientes externos engordou com pedidos feitos pela homônima Atlas, de Porto Rico. A empresa paranaense também está fabricando fogões a gás para a Electrolux, dos EUA. ?Os embarques vão somar US$ 18 milhões?, comemora Petrycoski.