20/06/2012 - 21:00
Finanças
O economista gaúcho Ronaldo Hermann Schmitz, católico de nascimento, foi escolhido pelo papa Bento XVI para comandar o Conselho de Supervisão do Instituto para Obras da Religião (IOR), mais conhecido como Banco do Vaticano. O brasileiro assumiu a presidência no lugar do italiano Ettore Gotti Tedeschi, demitido após acusação de lavagem de dinheiro. A nomeação foi decidida em 25 de maio e divulgada no início da última semana. O banco, criado em 1942 pelo papa Pio XIII, administra grande parte das finanças da Santa Sé e é responsável pelo recebimento de doações.
Empresas
Negócio de ouro
A EBX, do empresário Eike Batista, negocia por US$ 2 bilhões a venda de 49% de sua empresa de mineração de ouro, a AUX. Se a operação for concretizada nos próximos dias, Eike desistirá da abertura do capital, programada para este ano. A identidade dos investidores é mantida em sigilo, mas Eike revelou que dos cinco interessados, quatro são do mercado do ouro.
Competitividade
O problema é o custo, Brasil
Sempre que empresários, economistas e representantes do governo sentam à mesa para discutir alternativas para fortalecer a indústria e estimular o crescimento econômico, esbarram em um velho e conhecido vilão: o chamado custo Brasil. A expressão, criada para descrever o conjunto de dificuldades estruturais, burocráticas e econômicas que encarecem o investimento e a produtividade, revela o ponto fraco do País e a defasagem em relação aos seus concorrentes. Em comparação aos EUA, o Brasil tem apenas 7% de vantagem no quesito custo, em média, enquanto a China tem 25,8%. Veja o ranking:
Mercado de luxo
Novela perto do fim
Dois meses depois da data prevista, parece que está chegando ao fim a novela da abertura do shopping JK Iguatemi, em São Paulo. Finalmente, a construtora WTorre, responsável pelo JK, conseguiu um parecer favorável da Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) da prefeitura paulistana, que voltou atrás em sua posição inicial e considerou que as obras viárias já realizadas no entorno do shopping são suficientes para aliviar o trânsito na região. A expectativa é de que o JK – que conta entre suas 182 lojas com marcas de luxo inéditas no Brasil, como Prada, Dolce & Gabbana e Tory Burch – seja inaugurado até o fim de junho.
Comunicação
O poder da mídia
Depois de ultrapassar a Coreia do Sul no ano passado, o Brasil se tornou o nono maior mercado de mídia e entretenimento do mundo. E o cenário para o futuro é ainda mais animador. Segundo estudo publicado pela consultoria PwC, nos próximos cinco anos o País deve ocupar o sétimo lugar no ranking – à frente da Itália e do Canadá. Com os gastos no setor crescendo em ritmo acelerado no Brasil e na China, todos os olhos se voltam para os países emergentes. A estimativa é de que o mercado nacional feche 2012 com um faturamento de US$ 43 bilhões. Já a China deve movimentar US$ 109 bilhões. Ainda de acordo com o estudo da PwC, parte desse crescimento se deve ao meio digital, que representa 28% dos gastos mundiais com o setor de mídia e entretenimento.
Números
R$ 39 bilhões - É a quantia liberada pelo governo brasileiro para a criação de uma linha de crédito para impulsionar os investimentos nos Estados. O Rio de Janeiro será o primeiro a receber a ajuda, cerca de R$ 3,6 bilhões.
US$ 1 trilhão – É quanto seria obtido se os países passassem a tributar as empresas que poluem o meio ambiente. De acordo com Christine Lagarde, diretora-geral do FMI, a cifra poderia ser usada em programas sustentáveis.
36% – De brasileiros ainda não possuem conta-corrente ou poupança, segundo pesquisa realizada pela CNI-Ibope. De acordo com o estudo, o percentual de habitantes no País não bancarizados é maior entre aqueles que têm menor grau de instrução escolar.
230% - foi o crescimento do comércio bilateral Brasil-China, entre 2007 e 2011, que passou de US$ 23 bilhões para US$ 77 bilhões
3,4 milhões - É o contingente de crianças e adolescentes, de 10 a 17 anos, submetidos ao trabalho infantil no Brasil. A boa notícia é que esse número vem caindo: segundo o IBGE, em 2010, havia 3,9 milhões nessa situação.
224,9 mil toneladas - É o volume de carne bovina brasileira exportada nos primeiros cinco meses de 2012, um crescimento de 5% em relação ao mesmo período do ano passado.
Aviação
As donas dos ares
A Latam, fusão entre a chilena LAN Airlines e a brasileira TAM Linhas Aéreas, é o segundo maior grupo da aviação comercial do mundo em valor de mercado, atrás apenas da Air China, segundo a consultoria Bain & Company. Veja as dez maiores do ranking:
Curtas
O frigorífico JBS ganhou na Justiça liminar que obriga o Greenpeace a retirar de seu site o relatório “JBS Reprovado – Como a maior empresa de carnes do planeta continua massacrando a Amazônia”. O descumprimento da decisão acarreta uma multa de R$ 50 mil.
A Eastman Kodak, empresa americana de equipamentos fotográficos, que está em concordata, anunciou que 20 companhias já tiveram acesso às informações das 1,1 mil patentes, avaliadas em US$ 2,6 milhões à venda.
A Universidade de São Paulo (USP) está no topo da lista das melhores universidades da América Latina, segundo a instituição britânica Quacquarelli Symonds. A Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) ocupa o 3º lugar do ranking.
Negócios
Ferrari atropela a crise
Nem a crise internacional ou a alta no Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) atrapalharam o sucesso da Ferrari no Brasil: nos cinco primeiros meses do ano, a montadora italiana teve um aumento de 15% em suas vendas no País. Segundo a Associação Brasileira das Empresas Importadoras de Veículos Automotores (Abeiva), a Ferrari vendeu 23 unidades – que chegam a custar até R$ 2 milhões – entre janeiro e maio de 2012, três a mais que no mesmo período no ano passado, quando o dólar estava abaixo de R$ 1,70.
Entrevista
“O Brasil não vive uma crise energética”
Nos últimos anos, a questão energética esteve no topo dos debates econômicos do País. Mas, segundo Phillipe Delleur, presidente da Alstom no Brasil, o País não ficará no escuro. Confira a entrevista concedida ao repórter Marcio Orsolini:
O Brasil vive à beira de uma crise energética?
Não temos porque caminhar para uma crise. A demanda realmente cresce muito, mas é possível que a oferta acompanhe esse crescimento. Vivemos um momento de ampla expansão industrial e cada vez mais vemos investimentos nesse setor.
Segundo a Agência Internacional de Energia, a demanda brasileira crescerá 78% até 2035. O País está preparado para isso?
O Brasil tem uma característica original de ser o país com a matriz energética mais diversificada no mundo. Agora, há um foco na exploração dos recursos hidrelétricos disponíveis, que são muitos. E o Brasil vai continuar a utilizar energia hidrelétrica, mas também precisa diversificar suas fontes.
Energia é o setor em que a Alstom mais vai direcionar suas apostas?
Não privilegiamos um setor, mas temos muitos projetos em vista em geração de energia, neste momento. Além da hidroeletricidade, que vai demandar novas usinas, principalmente na região Norte do Brasil, temos a ampliação do mercado eólico, que está passando por um grande incremento, em especial no Nordeste.
Colaboraram: Bruna Borelli e Fernando Teixeira
