17/06/2021 - 19:53
O empresário Rubens Ometto Silveira Mello, fundador e presidente do grupo Cosan, que atua em áreas de distribuição de combustíveis, usinas sucroalcooleiras e logística, foi o entrevistado da live da DINHEIRO, na quinta-feira, 17.
Formado em Engenharia de Produção pela Escola Politécnica da USP, ele foi um dos pioneiros na modernização do setor sucroalcooleiro no Brasil. Por meio de aquisições, investimentos e parcerias ampliou o portfólio de atuação da Cosan e consolidou-a como a maior empresa deste segmento no país e uma das maiores do mundo, hoje com cerca de 40 mil trabalhadores. “Um dos segredos do sucesso é você saber o que você não sabe”, diz.
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O “rei da cana de açúcar”, no bate-papo, não falou sobre negócios, por imposição da Bolsa de Valores. A ideia da conversa, então, foi ouvir dele os causos de vida registrados na biografia dele lançada em março deste ano, – “O inconformista: A trajetória e as reflexões do empresário que fez da Cosan um dos maiores sucessos corporativos do Brasil”. Na obra, o bilionário empresário narra o percurso dele de herdeiro de usinas antiquadas no interior de São Paulo a presidente do conselho de administração e controlador de um conglomerado internacional de empresas líderes. A paixão pelo desenvolvimento, e pelo empreendedorismo, foi o que sempre o moveu e fundamentou seu estilo de liderança, que valoriza talento, engajamento, comprometimento e competência. “Não é autopromoção, mas um registro da história”, argumenta.
Apaixonado pela teledramaturgia, ele chamou o novelista Aguinaldo Silva para escrever as histórias dos 71 anos de vida dele. “Nunca fui uma pessoa de aceitar as coisas impostas. Tudo tem de ser racional. Sempre fui um inconformista em aceitar as coisas como elas são.” Ao cabo, a história de Ometto é indissociável da trajetória da Cosan. Na entrevista, assim como nas 184 páginas do livro, o “caipira” que se tornou o maior produtor de açúcar do mundo, fez reflexões profissionais e pessoais, levantou equívocos e grandes desafios.
Rubens Ometto por quase dez anos exerceu cargos no Unibanco, na Votorantim e na TAM, até voltar ao grupo da família em 1986. “Tinha uma paixão tão grande pela Votorantin mais que os “Ermírio de Morais”, diverte-se. O empresário revela os segredos da consolidação da Cosan como uma das holdings de maior crescimento dos últimos anos, lembrou dos bastidores das negociações com o governo federal na gestão petista – “A Dilma sempre foi muito carinhosa comigo, mas a gente não comungava das mesmas ideias. Tive muitos embates com ela”.
Autor de boas frases como: “A pessoa vê as pingas que a gente toma, mas não vê os tombos que a gente leva”, Ometto conta na live, de forma bem humorada, os bastidores do almoço dele e outros empresários com o ex-primeiro-ministro do Reino Unido John Major, em 1996.
Furioso com o protecionismo internacional dos grandes países, que ditavam as regras do comércio internacional, contra a entrada do açúcar brasileiro, ele disparou: “O Brasil errou em não ter feito sua bomba atômica. Se a gente tivesse feito uma, vocês iriam nos respeitar”, diverte-se ao relembrar.