A liberação do consumo de cerveja nos estádios durante a Copa das Confederações deixou a torcida brasileira feliz. Também será assim no ano que vem, nos 12 estádios da Copa do Mundo, e espera-se que a comemoração do hexa seja bem acompanhada de uma ou várias loiras geladas. Mas para uma seleta faixa de fanáticos pelo futebol – e por badalação –, o brinde pelo sucesso de Neymar, Felipão e companhia será feito com um autêntico champanhe francês. Isso porque a Taittinger selou uma parceria comercial com a Fifa e será a bebida oficial dos camarotes vip nas arenas de São Paulo, palco da abertura do torneio, Brasília, Fortaleza e no Maracá, no Rio de Janeiro, local da grande final.

 

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Clovis Taittinger, diretor de exportação e herdeiro da companhia, esteve no Brasil e anunciou o negócio com exclusividade à Dinheiro. Além da ação nas áreas reservadas a convidados – onde boa parte dos torcedores passa mais tempo interessada na tática do ver e ser visto do que propriamente com o que acontece nas quatro linhas do gramado –, a marca pretende abrir uma loja própria em São Paulo. O executivo francês, fã assumido do futebol brasileiro, foi ao Maracanã e assistiu à final entre Brasil e Espanha, que decidiu a competição dos campeões de cada continente, em junho. “Fiquei arrepiado ouvindo a torcida”, disse. “É uma honra para qualquer pessoa que goste desse esporte ser o champanhe oficial da Copa do Mundo logo na edição em que ela acontece aqui.”

 

Já na decisão da Copa das Confederações, como uma espécie de ensaio, o champanhe foi servido nos camarotes e obteve boa receptividade, o que animou Clovis. Mesmo querendo jogar no ataque e garantir um bom resultado no mercado nacional durante a Copa do Mundo, o herdeiro ainda não definiu em detalhes sua estratégia, apesar de confessar ter altas expectativas e ambições para 2014. A Taittinger é a terceira marca de champanhe mais consumida no Brasil, atrás das concorrentes Moët Chandon e Veuve Clicquot. No mundo, a fabricante de bebidas está entre as top 5, mesmo com uma produção de seis milhões de garrafas por ano – apenas 20% do que a “viúva” Clicquot produz anualmente. 

 

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Borbulhas: Clovis Taittinger quer que sua marca

seja referência de qualidade

 

E, como a maioria das marcas, ela tem na França o seu maior mercado consumidor, seguido de outros países da Europa, como Inglaterra e Alemanha, e da Ásia, como China e Japão. João Cury, vice-presidente da Interfood, importadora que atualmente cuida da Taittinger no Brasil, acredita que o fato de o País estar entre os 15 maiores bebedores de champanhe da marca é animador, pois mostraria o fôlego do segmento luxo internamente. O mesmo otimismo é compartilhado pelo bisneto de Pierre Taittinger, fundador da companhia, sobretudo em função da temporada de grandes eventos esportivos que acontecerão por aqui até 2016. “Não há como ficar de fora do Brasil”, afirma Clovis. 


“A importância do País no contexto atual é imensurável.” Com uma estratégia agressiva, ele quer que o Brasil fique entre os dez mercados mais importantes do rótulo nos próximos quatro anos. “O Brasil tem tudo a ver com a França”, diz o empresário. “Os dois países gostam de futebol, Fórmula 1, sabem viver e aproveitar a vida, principalmente à base de champanhe.” Com o coração dividido entre o Paris Saint-Germain (time da cidade onde vive atualmente) e o Reims (da região de Champagne, onde estão os vinhedos da família), Clovis herdou sua paixão por futebol do pai, Pierre-Emmanuel. Foi ele também responsável por passar ao filho a tradição da família. 

 

Depois de os sete irmãos Taittinger venderem a marca para o fundo de investimento americano Starwood Capital, por US$ 3,7 bilhões, em 2005, Pierre a recomprou um ano depois. Ao assumir, o atual presidente chamou o filho para cuidar da área de exportação, onde já atua há cinco anos. Como ordem principal, a excelência da bebida é mandatória. “É meu nome que vem na garrafa, portanto, é da minha reputação de que estamos falando”, afirma o executivo. “A nossa preocupação não é sermos o mais vendido do mundo, mas, sim, referência de qualidade.” Uma lição que a turma de Felipão poderia apreender, combinando vitórias incontestáveis e show com a bola nos pés.