Papéis avulsos

O Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) limpou as gavetas e aprovou três negócios envolvendo empresas relevantes no mercado na quarta-feira 31. O conselho autorizou, sem restrições, que o frigorífico Marfrig comprasse a Seara, um negócio que havia sido fechado em 2009. A Seara pertencia à multinacional americana Cargill. Com a aquisição, a Marfrig, que era a segunda maior processadora de carne bovina, tornou-se também a segunda maior produtora de aves e suínos do País. Outra aprovação foi a da joint-venture entre a Cosan Lubrificantes e a Amyris Brasil.

 

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As empresas receberam autorização para fechar o negócio, mas o conselho as multou por demorar mais de 15 dias para notificar as autoridades de defesa da concorrência sobre a transação. Finalmente, os conselheiros também permitiram a unificação das atividades de seguros de automóveis e residenciais da Itaú Seguros e da Porto Seguro, uma associação que, como a da Marfrig, também estava pendente desde 2009. Para o Cade, a união entre as duas atividades não prejudica o consumidor. As ações de todas as companhias, com exceção dos papéis da Marfrig, subiram fortemente com a notícia da aprovação. Segundo os analistas, apesar de as autorizações dos três negócios já estarem embutidas nos preços praticados pelo mercado, elas afastam um risco regulamentar imponderável. 

 

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Touro x Urso

 

A surpreendente decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) de reduzir os juros em meio ponto percentual alterou as perspectivas para o mercado acionário. O Índice Bovespa encerrou a quinta-feira próximo dos níveis anteriores ao susto provocado pelo rebaixamento da classificação de risco dos Estados Unidos. Para os analistas, a queda dos juros poderá provocar um breve momento de euforia, mas a ameaça externa ainda paira sobre o mercado. Um eventual rebaixamento da classificação de risco na Europa ou sinais muito negativos para a economia americana poderão fazer a bolsa devolver a alta. Para a semana, o mercado aguarda a ata do Copom, com divulgação prevista para a quinta-feira 8.

 

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Destaque no pregão


BM&FBovespa reduz diretorias

 

A BM&FBovespa anunciou uma série de mudanças em suas diretorias. Em teleconferência com jornalistas, Edemir Pinto, presidente da instituição, afirmou que a ideia é ?ganhar eficiência, aumentar agilidade e integrar operações?. Duas diretorias, a de produtos e a de clearings, foram extintas e suas atividades incorporadas a outros departamentos. Com as mudanças, Amarílis Sardenberg, que cuidava da clearing, passa a responder pela supervisão. José Antonio Gragnani, responsável pela área de produtos, deixa a empresa.

 

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Palavra de analista: Em relatório, a analista Luciana Leocadio, da corretora Ativa, afirma que, ?tendo em vista que o objetivo das alterações é buscar uma estrutura mais eficiente, a tendência é de um efeito positivo.? Na quinta-feira 1º, as ações da BM&FBovespa fecharam com alta de 9,2%, estimuladas pela queda dos juros, que poderá aumentar o volume de negócios com ações.

 

 

 

 

Preferência mundial


Tombini considerado melhor que Bernanke 

 

A revista americana Global Finance estudou 37 bancos centrais e elegeu os melhores presidentes, cujas decisões afetam as bolsas mundiais. O brasileiro Alexandre Tombini ficou em sétimo lugar, com nota B+, ao lado de outros cinco banqueiros. Já o americano Ben Bernanke ficou na lanterna. Ele recebeu nota C e ocupou o 29º lugar, dividido com os presidentes dos BCs da Hungria, Japão e Coreia do Sul. Confira a pontuação de cada um:

 

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Quem vem lá


Confab fora da bolsa

 

Os controladores da Confab enviaram para a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) um pedido de Oferta Pública de Aquisição (OPA), para fechar o capital da companhia. As controladoras Tenaris e Siderca S.A.I.C., da Argentina, decidiram comprar todas as ações em circulação no mercado.

 

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Fique de olho: o preço de compra será de R$ 5,20 por ação ordinária ou preferencial, um prêmio de 32% sobre o fechamento do pregão de 26 de agosto.

 

 

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Números


Votorantim

 

R$ 1,23 bilhão - Foi o lucro líquido da Votorantim Participações, no primeiro semestre de 2011, queda de 56% ante o mesmo período de 2010. Entre os pontos que tiveram impacto negativo, a empresa apresenta a variação cambial de seus investimentos no Exterior, que tirou R$ 333 milhões do lucro.

 


Telemar


R$ 500 milhões - É o valor que a Telemar Participações pretende emitir em debêntures simples, não conversíveis. O tema será votado em assembleia de acionistas, em 14 de setembro.

 

 

Banese


R$ 43,6 milhões - Foi o lucro líquido do Banco do Estado de Sergipe (Banese), no primeiro semestre do ano, alta de 94,6% ante o mesmo período de 2010. 

 

 

TAM


US$ 50 milhões - É o ganho anual estimado pela TAM após completar a revisão da malha aérea internacional. A empresa estimou uma alta menor da demanda em 2012 no Brasil, e vai desacelerar a expansão da frota.

 

 

CCDI


60 mil - É o número de ações ordinárias que a Camargo Corrêa Desenvolvimento Imobiliário pretende recomprar, ou 0,1% dos papéis em circulação. As ações podem ser alienadas ou usadas no programa de incentivo aos executivos.

 

 

 

 

Pelo mundo


Compra da T-Mobile pela AT&T ameaçada 

 

O Departamento de Justiça dos Estados Unidos determinou que a aquisição da T-Mobile USA pela AT&T seja interrompida. O acordo, avaliado em US$ 39 bilhões, feriria preceitos da concorrência. Os papéis da AT&T caíram 3,9% em Nova York.

 

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CEOs não esquentam lugar 

 

A troca de presidentes das empresas americanas está no maior ritmo desde 2005. Segundo a consultoria americana Crist|Kolder Associates, a rotatividade entre CEOs está em 13% em 2011, maior do que os 10% no fim de 2010. A pesquisa inclui as companhias das listas das 500 empresas da Fortune e da Standard & Poor?s.

 

 

 

Lucro da Bombardier cresce no trimestre 

 

A canadense Bombardier informou que seu lucro líquido foi de US$ 211 milhões no segundo trimestre, 53% mais que no mesmo período de 2010. Para o CEO Pierre Beaudoin, o nível de atividade da empresa se manteve alto no período. A alta não foi suficiente, porém, para levantar os papéis da companhia, que caíram 6,84% no dia do anúncio de resultados.

 

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Personagem


IMC tem apetite para crescer

 

Após estrear na bolsa no início do ano, a International Meal Company (IMC), dona das redes Frango Assado e Viena, melhorou os resultados e avançou no mercado internacional. Joaquín Gonzalo Cardoner, diretor de relações com investidores, conversou com DINHEIRO.

 

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Cardoner, diretor de RI: de olho nos aeroportos

 

O faturamento e o número de clientes aumentaram no primeiro semestre. O que impulsionou essa alta?

Estamos expandindo operações, o que nos permite atender mais clientes. Também melhoramos as vendas das lojas abertas há mais de um ano. Um fator que impulsiona a alta é o crescimento da classe média.

 

Onde há melhores oportunidades?

Atuamos em aeroportos, em postos nas rodovias e em shoppings. Os dois primeiros são os setores que mais devem crescer nos próximos anos. As lojas em aeroportos são as mais rentáveis e as lojas nas rodovias são incipientes; logo, com grande potencial. 

 

Vocês vão continuar a expansão?

Sim. Neste ano, até o fim de julho, investimos mais de 50% do previsto, inaugurando 17 lojas e reformando nove. Nossa ideia, tanto no Brasil quanto no Exterior, é ampliar os serviços em aeroportos. 

 

Que regiões do Brasil chamam mais a atenção da empresa? 

Hoje, temos uma atuação forte no Sul e Sudeste e estamos nos expandindo para o Centro-Oeste. Nessas regiões, já temos marcas consolidadas, e podemos começar a pensar em outras, como o Nordeste, que está crescendo acima do ritmo do restante do País. 

 

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A expansão inclui aquisições?

Como já temos marcas consolidadas, o crescimento é, fundamentalmente, orgânico. Fora a abertura de novas lojas, olhamos dois tipos de aquisição. A mais comum é encontrar bons pontos, de restaurantes bem localizados, que podem ser remodelados e receber nossas marcas. Mas também estamos atentos a redes complementares ao nosso portfólio atual.

 

Como financiar o crescimento?

A captação que fizemos no início do ano nos proporcionou capacidade para financiar a expansão pelos próximos três a cinco anos. 

 

E no mercado internacional?

O nosso foco de atuação ainda está concentrado no Brasil. Quase 80% de nossa receita vem de atividades no País. Mas olhamos, sim, outros países da América Latina. Recentemente, entramos no mercado colombiano, com operações em aeroportos. Embora a operação ainda seja pequena, a expectativa é de que a receita vinda da Colômbia responda por 5% a 7% do total em até três anos.

 

 

Colaborou Lilian Sobral