03/08/2005 - 7:00
Uma nova dupla caiu na estrada para conquistar o interior do País. Não são cantores sertanejos, mas duas empresas de cartão de crédito: a Mastercard e sua parceira Redecard, responsável pela captura e transmissão das transações financeiras. Juntas, elas decidiram encarar o desafio de disseminar o uso de dinheiro eletrônico fora das capitais e dos maiores centros urbanos. A maratona, que levará o projeto Mastercard em Ação Brasil a 729 municípios de 15 estados, começou em maio e recebeu investimentos de R$ 6 milhões. O objetivo é credenciar 25 mil estabelecimentos até o final de novembro, quando termina a promoção, e incrementar o faturamento dos cartões de crédito (em 42%) e de débito (em 74%) nessas cidades. O avanço rumo ao interior se dá em duas frentes. Uma delas é promocional e compreende blitze em estabelecimentos comerciais, com distribuição de brindes. Está a cargo de uma equipe terceirizada, da agência de marketing direto Bekerman Promoções. Sua trupe já esteve em 50 cidades, visitando até 50 lojas em cada uma delas. Distribuiu 250 mil pares de jogos americanos. A outra frente, sob responsabilidade da Redecard e dos bancos emissores de cartões, diz respeito ao credenciamento de pontos-de-venda interessados em trabalhar com a moeda de plástico.
O primeiro balanço do projeto, com dados levantados até o dia 17 de julho, aponta para um crescimento de 35% nas receitas com crédito e 58,2% com débito nas regiões já atingidas pelo programa. ?Existe um potencial muito grande no interior, ainda pouco explorado?, afirma Horst Müller, vice-presidente da Mastercard. O uso de cartões nas áreas fora das maiores cidades responde, hoje, por cerca de 15% do faturamento das duas empresas.
A estratégia conjunta de Mastercard e Redecard segue a direção já apontada por outras instituições financeiras. ?Para as pessoas das camadas A e B que moram no eixo Rio-São Paulo, o uso do cartão não é mais novidade?, observa Álvaro Musa, sócio da Partners Consultoria, especializada em serviços financeiros ao consumidor. ?O desafio, tanto para a indústria de cartões quanto para os bancos, é levar seus serviços para o público de outras regiões e classes sociais.? No caso do dinheiro de plástico, em boa parte do Brasil, ainda é necessário criar o hábito de uso. ?Se nas grandes cidades a disputa se dá entre as diferentes bandeiras de cartão, no interior a briga é com o dinheiro e o cheque?, observa Henrique Capdeville, diretor de marketing da Redecard.
A caravana rumo ao interior se lança à estrada em um momento especial para o setor. Os pagamentos com cartões (de crédito, débito e de lojas) atingiram o montante de R$ 97 bilhões no primeiro semestre ? 29% a mais que no mesmo período de 2004. Graças a este avanço, o Brasil já aparece como o terceiro maior emissor de cartões do mundo, com uma base de 297 milhões de plásticos. A proporção, segundo a Associação Brasileira das Empresas de Cartões de Crédito, é de 1,7 cartão por habitante. Tanto a Mastercard como a Redecard têm surfado bem esta onda de crescimento. O faturamento desta última cresceu 32% no semestre passado, totalizando R$ 29,7 bilhões. A Mastercard, por sua vez, acaba de lançar uma nova campanha para cartão de débito ? segmento da companhia que cresceu 44% em faturamento nos primeiros seis meses do ano, movimentando R$ 8,6 bilhões no período. A partir de agora, os cartões RedeShop migram para a bandeira Mastercard Maestro ? uma marca global para uma empresa que pretende conquistar o interior.
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Mastercard em ação
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