No início do ano, uma equipe composta de 30 profissionais das mais variadas áreas se encontrou para “reuniões secretas” na Foodtown, nome pelo qual é conhecido o complexo às margens da rodovia Anhanguera, em Osasco, cidade da Grande São Paulo. A “cidade da comida” foi construída pela operadora logística americana Martin-Brower para servir a rede McDonald’s no Brasil. 

O mais curioso nessa história é que esses profissionais estavam desenhando o projeto para atender o Bob’s, rede brasileira que é a arquirrival do McDonald’s. A equipe, composta por funcionários da própria Martin-Brower, passou 45 dias estudando cada detalhe da rede do Bob’s, com o objetivo de definir o melhor sistema de logística para o novo cliente. “Normalmente, levamos 90 dias para fazer a consultoria, entender o perfil da rede e passar a operar”, disse à DINHEIRO Tupa Gomes, presidente da Martin-Brower para a América Latina. 

 

A expectativa é de que o contrato com o Bob’s seja fundamental para o aumento em cerca de 30% estimado das receitas da Martin-Brower em 2011. Saltando do R$ 1,2 bilhão obtido em 2010 para R$ 1,6 bilhão.  Mas o apetite de Gomes vai muito além. “Queremos dobrar de tamanho até 2015”, afirma o executivo. Para atingir esse objetivo, Gomes pretende reforçar a infraestrutura da companhia. 

 

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Chapa quente: comandada por Tupa Gomes, a meta da Martin-Brower é dobrar de tamanho até 2015 no Brasil

 

Começando pela ampliação, de três para sete, no número de Centros de Distribuição. Parte dessa ampliação terá a missão de dar suporte às operações do novo cliente. É que, ao contrário do McDonald’s, o Bob’s possui unidades nos 26 Estados e no Distrito Federal. Em um setor competitivo como o de fast food, a logística acaba sendo vital, afirma Olivier Girard, consultor da Trevisan Escola de Negócios. “Neste segmento, qualquer centavo que conseguir baixar do custo final, por meio da eficiência logística, faz diferença”, diz. 

 

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Ao passar a atender os dois maiores jogadores nessa área, ele precisa coordenar a entrega de produtos a 1,4 mil restaurantes do Brasil. Na prática, pode-se dizer que a Martin-Brower passa a ser uma espécie de “chofer do hambúrguer” no Brasil. Desde 2008, ela deixou de se dedicar a fornecer exclusivamente ao McDonald’s por aqui. Em três anos, já incluiu em seu cardápio a Subway e a Applebee’s, além de outras redes de menor porte.