27/10/2004 - 7:00
Olivia Hsu Decker poderia ser uma personagem do britânico Dan Brown no best-seller O Código Da Vinci, com 14 milhões de exemplares vendidos em todo o mundo, 250 mil apenas no Brasil. Tem 53 anos. Nasceu em Xangai e cresceu em Taiwan. Morou no Japão e agora divide seu tempo entre a Califórnia e a França. É reputada cantora lírica. Em 1979, foi a primeira mulher a entrar num clube do Bolinha fundado no século 19 nos EUA, o Corinthian Yacht Club, centro de elite dos amantes do mar. Tornou-se milionária ao vender e comprar mansões cujos valores ultrapassam os US$ 10 milhões, facilmente.
?Quando comecei, há duas décadas, decidi que não negociaria nada que valesse menos de US$ 1 milhão?, disse à DINHEIRO. Superativa, tem um telefone, interligado a satélites, que funciona automaticamente em 174 países. Em sua agenda aparecem os números de telefone de gente como Cher, Sharon Stone e Andre Agassi ? e, agora, também o de Brown, o escritor que uniu Leonardo da Vinci com Maria Madalena para criar uma aventura com ar de Indiana Jones e Harry Potter.
Robert Langdon, o professor de simbologia que comanda o livro, logo perguntaria: por que Olivia tem o número particular de Dan Brown? É o Código de Olivia. Ela é dona do Château Villette (capítulo 52 da edição brasileira), residência de Sir Leigh Teabing, o professor de história. Olivia comprou o castelo em 1999. O edifício, erguido entre 1666 e 1698, é conhecido como ?Pequeno Versailles?. Atraiu polêmica quando caiu nas mãos desta americana de origem oriental (que em 1995 adquirira o Château de Grimaldi, em Aix-en-Provence). ?Há dois anos, a historiadora Blythe Brown, mulher de Dan, me telefonou?, conta Olivia. ?Queria visitar o castelo, conhecê-lo em detalhes.?
Depois da explosão do romance, o Villette tornou-se estrela. Olivia hoje organiza um pacote de seis dias de hospedagem, com passeios a Paris, rumo aos endereços citados em O Código Da Vinci. O preço da brincadeira: US$ 4,5 mil por pessoa. ?Depois da guerra do Iraque, da implicância dos americanos com a França, é fascinante ver o retorno dos turistas por meio de um livro?, diz ela. Perfeccionista, a corretora decidiu estudar história da religião. Entrou no ritmo daqueles que descobrem falhas na engenhosa engrenagem. ?Na tradução para o francês há um erro: dizem que o jardim do meu castelo tem 7 hectares, e na realidade ele tem 87 hectares. Há esse erro em português também??, indaga. Não, não há.