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ROBERTO MARINHO, FUNDADOR DA TCI, E FÁBIO FISCHER, CEO: EMPRESA JÁ ATUA NOS EUA E NA EUROPA E ESTÁ PRESTES A ENTRAR NA ÍNDIA

UMA VIATURA COM EScolta armada deixa o prédio da Polícia Civil do Estado de São Paulo rumo a uma cidade da região metropolitana da capital. O excesso de segurança poderia indicar a transferência de um prisioneiro ou uma operação de captura de um criminoso. No entanto, o esquema montado tinha outro motivo, não menos importante: a transferência de documentos confidenciais civis e criminais rumo a um dos galpões da TCI, especialista em BPO, Business Process Outsourcing, ou guarda, gerenciamento de arquivos e consultoria. A empresa, fundada em 1999 por Roberto Marinho Filho, guarda todas as cópias de certidões de nascimento e de documentos de identidade do Estado de São Paulo. As fichas criminais digitalizadas do Estado também estão sob sua responsabilidade. À primeira vista, o armazenamento de arquivos mortos parece uma atividade enfadonha e rotineira. Mas no diaa- dia ela possui enredos dignos de filmes de ação, com escoltas, tecnologias para rastreamento, sigilo nas informações, entre outras surpresas. Afinal, no portfólio de clientes da TCI estão a Polícia Federal, a Imprensa Oficial, o Detran e o Metrô de São Paulo. Assim, ela torna-se responsável pelo gerenciamento de peças de grande valor histórico. É o caso do Diário Oficial. A TCI digitalizou todos os documentos que compõem os 116 anos da história da administração pública do Estado de São Paulo, totalizando mais de sete milhões de páginas para consulta. Cada página tem três cópias. O mesmo acontece com os prontuários médicos de hospitais públicos, que devem ser guardados por, pelo menos, 25 anos. A TCI transformou esse conteúdo em arquivos digitais, facilitando o acesso às fichas cadastrais. “Isso impede que, caso o hospital não localize o prontuário do paciente, um novo sejam criado”, explica Marinho Filho, hoje, presidente da TCI. Empresas como Claro, Petrobras, Natura, Banco Votorantim e Nestlé também mantêm contratos com a companhia. Mais: na área TCI Supply, a empresa cuida do armazenamento e gerenciamento dos medicamentos da Secretaria de Saúde do Rio de Janeiro.

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PROCESSO DE HIGIENIZAÇÃO E AUDITORIA: cerca de 1,5 milhão de documentos são digitalizados diariamente pela companhia

1,2 BILHÃO DE DOCUMENTOS
FÍSICOS ARMAZENADOS E 40 TERABYTES DE DADOS CAPTURADOS E GERENCIADOS

Em função da importância do material sob sua guarda, a TCI se cerca de um forte esquema de segurança para manter o sigilo das informações armazenadas. A começar pela segurança física. Homens armados e com coletes à prova de bala fiscalizam a entrada dos galpões. Para garantir a preservação dos documentos, um controle rígido de temperatura e ventilação é mantido. Câmeras de vigilância controlam a movimentação interna. Para manter o sigilo dentro da própria empresa, as caixas de armazenamento de documentos são identificadas apenas por números. “A idéia é fazer com que os funcionários não tenham a dimensão de onde está cada informação”, explica Fábio Fischer, CEO da empresa. Outra: a empresa mantém um núcleo de segurança da tecnologia da informação, que permite visualizar e controlar os acessos ao conteúdo digital. Alguns clientes trabalham com o uso de certificação digital para acessar o sistema. De acordo com o IDC, o mercado brasileiro de outsourcing movimentou cerca de R$ 5 bilhões em 2006. Até 2011, esse número deve saltar para R$ 12 milhões. A companhia, presente em 14 cidades e no Distrito Federal, fechou 2007 com um faturamento de R$ 78,6 milhões. A estimativa para este ano é de R$ 148 milhões. Há dois anos a empresa iniciou operações na Europa, nos EUA e agora se prepara para entrar na Índia.