06/02/2015 - 20:00
Foi uma cena surreal. Em pleno domingo, aconteceu uma pane no trânsito nas proximidades do Shopping Eldorado, na zona oeste de São Paulo. Do lado de dentro, um evento que deveria ter lotação máxima de mil pessoas recebeu dez vezes mais espectadores, que se amontoavam pelas escadas e pisos superiores do estabelecimento. Tudo para ver em ação o americano Buddy Valastro, o confeiteiro do programa Cake Boss, do canal de TV por assinatura Discovery Home&Health. Até aquele momento, pouca gente imaginava o tamanho da repercussão no Brasil do trabalho do chef dos bolos.
Nem mesmo ele. “Viajo o mundo inteiro, mas nunca tive uma recepção como aqui no Brasil”, disse Valastro. Agora, o empresário, de 37 anos, vai abrir uma filial de sua loja em São Paulo, e procura um sócio para a empreitada. O meio para fazer isso será um programa na TV aberta brasileira, na Rede Record, anunciado na quinta-feira 5. A apresentação se chamará The Cake Show, e promoverá uma disputa entre confeiteiros talentosos de todo o Brasil. “Já queria abrir uma loja aqui, mas preciso de um sócio local para trazer o gosto brasileiro ao negócio”, afirmou.
O início da operação da confeitaria e o fim da temporada do programa devem coincidir entre setembro e outubro deste ano. A negociação com a Record aconteceu em tempo que faz jus ao nome da emissora da Igreja Universal. “Na última semana de janeiro, conversei com o presidente da Endemol Brasil e fechamos a parceria para fazer o show”, afirmou Paulo Franco, superintendente artístico e de programação da Record. Já na quarta-feira 4, a emissora acertava um contrato com “uma grande patrocinadora”, ainda não divulgada. O empresário dos doces começou a sua trajetória quando herdou, aos 17 anos, uma confeitaria centenária de Nova Jersey, chamada Carlo’s Bakery.
Confeitarias não costumam se transformar em grandes negócios. Mas a inventividade das receitas de Valastro fez o confeiteiro ser convidado a estrelar um programa de TV em 2009, o Cake Boss, que já originou três outras versões, e o catapultou ao sucesso mundial. Em 2011, preparou para uma socialite nova-iorquina o bolo mais caro da história. Com baunilha taitiana e incrustada de safiras, rubis, diamantes e esmeraldas, a obra chegou a US$ 30 milhões. No Brasil, dificilmente ele superará esse feito, é verdade. Mas uma coisa é certa, segundo Valastro. “Haverá brigadeiros na loja”, diz.