As pragas climáticas são – todos sabem – as mais caras e de longo impacto sobre a economia. Os EUA, que lentamente vinham empreendendo uma retomada de crescimento, com bons índices de emprego e investimento, deparam-se agora com o desastre natural do furacão Sandy, um fenômeno que devastou parte de sua costa, paralisou a megametrópole Nova York e deixou uma conta, ainda não totalmente fechada, de pelo menos US$ 50 bilhões. Os prejuízos empresariais e pessoais são imensos. A mais importante bolsa de valores do mundo, de Wall Street, ficou fechada por dois dias com impacto estrondoso sobre os demais pregões do mundo. Companhias de vários setores começaram a calcular as perdas e muitas terão de rapidamente rever seus planos de expansão e até de sobrevivência. 

 

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O caso mais grave e preocupante é o das empresas seguradoras que, na ponta do processo, vão arcar com boa parte da destruição. Números preliminares para o setor giravam na semana passada em torno de US$ 15 bilhões, mas devem subir exponencialmente. Companhias aéreas ficaram com centenas de aeronaves em solo por falta de condições de voo e terão de repor o atendimento ou ressarcimento aos clientes. Em efeito cascata, o evento Sandy que se abateu sobre a maior potência planetária seguirá registrando efeitos por todo o mercado global. No refluxo da catástrofe um dos poucos segmentos que poderão sair beneficiados é o da construção civil, dada a natural demanda por obras que surgirá em todo País. 

 

O custo tragédia vem sendo amplamente discutido inclusive na campanha eleitoral americana entre os candidatos Barack Obama e Mitt Romney, que mostram visões diametralmente opostas sobre o assunto. O primeiro advoga que o tema é federal e que, portanto, deve ser conduzido diretamente pela presidência e amparado por seu orçamento. O segundo quer distribuir o peso da responsabilidade entre os Estados e retirar o encargo da União. O tamanho da conta deixada por Sandy deixou claro que dificilmente um governo estadual seria capaz de responder por tamanha conta. A evidência parece ter alertado os americanos e deverá ter um peso significativo na definição que sai das urnas nos próximos dias.