Na terça-feira 22, seu banco anunciou um lucro líquido de R$ 13,3 bilhões em 2010, o maior da história do setor no Brasil. A carteira de crédito avançou 20,5% e alcançou R$ 335,5 bilhões. No entanto, os resultados de 2011 devem ser, na melhor das hipóteses, equivalentes aos de 2010. A instituição projeta um crescimento entre 15% e 20% até dezembro. Esse desempenho só será confirmado se o Banco Central (BC) não atrapalhar ao emitir novas normas para conter a expansão do crédito. Se isso ocorrer, a expansão dos empréstimos do Itaú e de outros bancos estará comprometida. 

 

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Setubal: avanço no crédito depende do BC

 

“Se não houver mais mudanças, essas ações continuam atrativas para 2011”, diz o analista Daniel Malheiros, da Spinelli Corretora, que afirma que os múltiplos do Itaú indicam que suas ações estão mais caras do que as de Bradesco e Banco do Brasil. Apesar do recorde, as ações caíram no dia da divulgação. Os investidores concentraram a atenção na situação do norte da África, em especial a turbulência na Líbia, que pode elevar o preço do petróleo e comprometer a recuperação europeia. Os papéis preferenciais do banco caíram 2,61% entre segunda e quinta-feira.

 

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Destaque no pregão

 

Óleo a US$ 100, Petrobras a R$ 28

 

A situação na Líbia e a expectativa de que revoltas populares possam atingir outros países produtores de petróleo provocaram uma arrancada nos preços da commodity na semana passada. O barril do tipo WTI, em Nova York, ultrapassou US$ 100 enquanto em Londres, o barril do tipo Brent chegou perto dos US$ 120. As ações de empresas do setor em todo o mundo acompanharam a arrancada. No Brasil, a Petrobras subiu 3,65% entre segunda e quinta-feira. 

 

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Palavra de analista

 

A Petrobras voltou ao radar dos fundos de investimentos brasileiros e internacionais, uma vez que  os gestores voltaram a montar posições nos papéis da estatal brasileira. O sócio da M2 Investimentos, Bruno Lembi, lembra que, apesar da oportunidade que se abriu, ainda falta à empresa apresentar melhores resultados operacionais e de gestão. “Mas como os outros papéis do setor já avançaram muito, a Petrobras é a opção mais barata”, diz.

 

 

Varejo


Pão de Açúcar: lucro e ações da Sendas

 

O grupo Pão de Açúcar, dirigido por Enéas Pestana, anunciou na quarta-feira 23 um lucro líquido de R$ 722,4 milhões em 2010, incluindo a Globex. Sem considerar o prejuízo da varejista, o lucro líquido foi de R$ 819,2 milhões. No mesmo dia, a companhia anunciou que investiu R$ 377 milhões em ações da Sendas Distribuidora por meio de sua subsidiária Barcelona Comércio Varejista e Atacadista. A compra de ações elevou para 100% sua participação de 57,4% na Sendas. O negócio depende de aprovação em assembleia.

 

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Maiores altas da semana

 

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Maiores baixas da semana

 

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As 10 mais negociadas do Ibovespa

 

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Desempenho das empresas por setor de atividade econômica

 

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Termômetro do mercado

 

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Bolsa no mundo

 

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Educação financeira

 

Buscando aproximar a teoria da prática, José Antônio de Sousa Neto e Henrique Cordeiro Martins reuniram no livro Finanças e Governança Corporativa artigos de finanças aplicadas. Com os estudos de casos, os autores apresentam métodos de implantação da governança e como foram desenvolvidos  no País.(Elsevier, R$ 69)

 

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Quem vem lá


Frigorífico Minerva lançará ADRs

 

O grupo Minerva, que produz e comercializa carne bovina, couro e gado vivo, anunciou na segunda-feira 21 que pretende lançar ações em Wall Street. O frigorífico não vai captar dinheiro novo, mas apenas listar na Bolsa de Nova York papéis já emitidos no Brasil, por meio de um programa de American Depositary Receipts (ADRs) de Nível I. O Minerva solicitou autorização para a Securities and Exchange Commission (SEC), órgão regulador do mercado americano. 

 

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Fique de olho:  o objetivo do programa é aumentar a liquidez das ações nos Estados Unidos e no Brasil, acessar os investidores americanos com mais facilidade, valorizar as ações da companhia e aumentar a visibilidade da empresa no cenário mundial.

 

 

Touro x urso

 

Os principais mercados enfrentaram um cenário conturbado entre 21 e 24 de fevereiro. O acirramento da crise na Líbia, elevou os preços do petróleo e lançou sombras sobre as perspectivas de recuperação econômica da Europa e dos Estados Unidos. Apesar da leve alta da quinta-feira 24, impulsionado pela boa safra de balanços, o Ibovespa acompanhou o mau humor externo e terminou a semana com saldo negativo. Entre segunda e quinta-feira, o índice caiu 1,64%. Para esta semana, o mercado deve ficar atento à decisão do Comitê de Política Monetária na quarta-feira 2 e aos números do Produto Interno Bruto na quinta-feira 3. Nos Estados Unidos, atenção para o índice de emprego de fevereiro, divulgado na sexta-feira 3.

 

 

Personagem

 

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Lulia: ações de bancos em queda no mundo todo


Incerteza com o Banco ABC Brasil

 

A situação na Líbia derrubou as ações do Banco ABC Brasil. As cotações caíram 10,9% entre segunda e quinta-feira, por causa do receio das repercussões da crise no norte da África. O ABC Brasil é controlado pela Arab Bank Corporation, instituição financeira que tem o Banco Central da Líbia como um de seus maiores acionistas. Sergio Lulia, diretor de relações com investidores, descarta a hipótese de que a revolta contra o ditador líbio Muamar Kadafi prejudique as atividades por aqui. Lulia falou com a DINHEIRO:

 

DINHEIRO – A crise na Líbia pode afetar os negócios do ABC Brasil?


SERGIO LULIA – Não. Nós só temos negócios com empresas brasileiras. Temos uma posição de liquidez confortável e continuamos desenvolvendo nossas atividades normalmente. Do capital da companhia, 55% é detido pelo Arab Bank Corporation, que é controlado pelo Banco Central da Líbia e pelo governo do Kuait. A maior parte dos ativos do Arab Bank Corporation, cerca de 70%, está emprestado para clientes europeus, americanos e brasileiros. Apenas 30% estão em países árabes. O Arab Bank vai muito bem em termos de captação e liquidez.

 

 

DINHEIRO – Por que as ações do ABC Brasil caíram mais de 10% esta semana?


LULIA – A queda pode ter sido acentuada em razão da crise na Líbia, por investidores que não conheçam bem o ABC Brasil. A baixa não é um fato isolado e os bancos foram afetados no mundo inteiro. No Brasil, as ações de Itaú Unibanco, Banco do Brasil e Santander caíram. No Exterior, cotações de bancos como JP Morgan e Citibank recuaram entre 4% e 5%. 

 

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DINHEIRO – Qual é o motivo da baixa global das ações?


LULIA – A crise provoca um aumento do preço do petróleo e essa elevação gera um receio de que a recuperação da economia mundial seja afetada. Um crescimento menor afeta a rentabilidade dos bancos e isso prejudica as cotações de seus papéis.

 

 

DINHEIRO – Quais são as expectativas do ABC Brasil para 2011?


LULIA – Esperamos que nossa carteira de empréstimos cresça entre 21% e 25%. Não há mudança de planos.

 

 

DINHEIRO – As medidas de restrição ao crédito do Banco Central podem arrefecer este ritmo?


LULIA – Não. As últimas resoluções foram voltadas para o endividamento de longo prazo das pessoas físicas. Nossos clientes são principalmente empresas e nossa carteira de crédito é de curto prazo. Não vemos as empresas excessivamente endividadas.

 

 

Corretoras


Mais um banco na praça

 

A butique de investimentos BR Advisory Partners Participações anunciou na segunda-feira 21 que vai criar uma corretora e um banco de investimentos. Apesar de o mercado estar atravessando um momento de concorrência acirrada, a decisão é justificada por três letras: IPO, a sigla para Initial Public Offering (oferta inicial de ações, em inglês). “Queremos atuar nas novas ofertas de ações e lançamentos subsequentes”, diz a sócia Andrea Pinheiro. 

 

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Ricardo Fleury e Andrea Pinheiro: foco nos IPOs, que podem atingir R$ 6 bilhões em 2011 

 

O mercado é promissor e vem sendo dividido principalmente entre BTG Pactual e Credit Suisse. Em 2011 já são 15 as operações previstas e os negócios podem atingir R$ 6 bilhões. “Já estamos consolidados em outros segmentos e esta é uma forma de aproveitar melhor nossa estrutura e expertise”, diz o sócio Ricardo Fleury Lacerda. A empresa enviou para o Banco Central a Declaração de Propósitos em que manifesta sua intenção de atuar nesses novos mercados. Não há uma data para ao início das operações.

 

O banco de investimentos nascerá com um capital inicial de R$ 50 milhões e a corretora vai começar com R$ 15 milhões. A equipe de 55 funcionários deve crescer para 80 em 12 meses, tanto para cuidar das novas operações quanto para reforçar os serviços atuais, diz Andrea.

 

 

Pelo mundo


12% dos bancos dos EUA podem falir - A FDIC, entidade governamental americana que garante os depósitos dos bancos divulgou na quarta-feira 23 que 884 instituições financeiras, 12% do total dos Estados Unidos, correm risco de quebrar. Ainda há US$ 390 bilhões de empréstimos com problemas nos bancos. Ben Bernanke, presidente do BC americano, cortou os pacotes de ajuda em 2010, após ter desembolsado US$ 3 trilhões em 2008 e 2009.

 

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Lucro da Macy’s cresce 157% – A varejista americana Macy’s lucrou US$ 847 milhões no ano fiscal de 2010 (encerrado em janeiro de 2011), crescimento de 157% ante 2009. O grupo atribui os resultados a uma combinação de aumento nas vendas e “disciplina” nos gastos. No ano passado, as vendas no conceito “mesmas lojas” subiram 4,6% .

 

Carlsberg brinda resultados na Ásia – O bom momento no mercado asiático foi um dos principais motivos apontado pela cervejaria dinamarquesa Carlsberg Group para lucrar US$ 986 milhões em 2010, aumento de 49% em relação a 2009. Na região, as vendas de cerveja cresceram 14% no período. 

 

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Com Caio Moretto, Juliana Schincariol e Lilian Sobral