10/10/2007 - 7:00
No mercado imobiliário de luxo, há uma tendência que está se tornando cada vez mais fundamental na diferenciação entre um empreendimento e outro. Os grandes grupos nacionais e internacionais buscam a união de um excelente local, um projeto primoroso e, acima de tudo, uma marca que salte aos olhos dos consumidores. Desse conjunto de fatores, surgiu o casamento entre a hotelaria e a venda de imóveis. Ou seja, um empreendimento que reúne hotel e apartamentos residenciais na mesma torre. A renomada cadeia Ritz, por exemplo, faz esse trabalho como poucas. Nos Estados Unidos, contudo, há um grupo que vem se tornando referência nesse mercado e já está sendo considerado um dos mais badalados do momento: o Setai Group, que fatura mais de US$ 500 milhões e é dono de empreendimentos espalhados em cidades como Miami, Nova York, São Francisco, Los Angeles, San Diego, Punta del Leste e até nas Bahamas. A novidade é que, em breve, ele desembarcará no Brasil com seus hotéis-butique e residências de altíssimo padrão nas cidades de São Paulo e Rio de Janeiro. “Pretendemos chegar com o parceiro certo para construir vários hotéis e projetos residenciais, seja uma moderna torre urbana, seja uma mistura de resort com vilas e bangalôs”, disse com exclusividade à DINHEIRO Jonathan Breene, um dos sócios do grupo Setai.
O encarregado de costurar uma parceria com investidores locais é o empresário Ricardo Bellino, o mesmo que trouxe a marca Trump ao Brasil e acaba de ir para os Estados Unidos para montar as Casas Brasileiras, uma rede de varejo voltada para os emigrantes brasileiros. “Assinamos uma carta de intenção e eles me convidaram para identificar investidores de peso para entrar no negócio”, diz Bellino. E não se trata de qualquer negócio. Os projetos do Setai não saem do papel por menos de US$ 50 milhões. “Em Nova York, estamos investindo US$ 600 milhões”, diz Breene. O empreendimento no coração de Manhattan e que deve ficar pronto até o fim deste ano mescla hotelaria com apartamentos residenciais. Para se ter uma idéia, os valores das residências variam de US$ 650 mil até US$ 6,75 milhões. O que faz os valores serem terrivelmente altos é o modo como a marca é administrada. No hotel do grupo em Miami, por exemplo, as diárias custam, no mínimo, US$ 1 mil e o hóspede é tratado com mimos e serviços diferenciados. “O Setai é único porque o hotel inteiro parece um spa oriental contemporâneo e o serviço é diferenciado”, diz João Annibale, diretor-geral da Leading Hotels of the World, empresa que reúne os empreendimentos mais exclusivos do planeta.
O requinte se esconde em pequenos detalhes como o acesso a internet. Não é preciso ir até um business center; o hotel empresta um laptop no qual os hóspedes podem acessar a web sem fio apreciando um drinque. Outro segredo da bandeira hoteleira é o marketing. O Setai possui uma área privativa chamada Setai Club. Trata-se de um espaço restrito com lounge, lobby e até uma biblioteca – tudo separado dos espaços comuns aos simples mortais. Para entrar é preciso ser sócio. Mais: os sócios são indicados e passam por um rigoroso processo de seleção. Fazem parte desse time, celebridades como o cantor Lenny Kravitz, a modelo Heidi Klum, o ex-presidente da Ford Jac Nasser, o ex-tenista Boris Becker e outros famosos. Quem sabe, até 2010, a data de estréia do Setai no Brasil, meta vislumbrada por Bellino, eles não dão suas caras por aqui?