31/05/2013 - 21:00
David Glasheen vive em uma pequena ilha no noroeste da Austrália há quase 20 anos, tendo como única companhia a vira-lata Quasi. Sua história, que lembra a do romance Robinson Crusoé, escrito pelo britânico Daniel Defoe, em 1719, começou após o crash do mercado financeiro de 1987, quando as bolsas da Ásia e da Oceania chegaram a despencar mais de 40% em um único dia. Glasheen, que trabalhou na área de bebidas e alimentos, investia na época no setor de mineração e perdeu uma fortuna estimada em US$ 10 milhões. Dez anos depois, o ex-executivo acabou se instalando na Restoration Island, em busca de uma vida simples.
Sombra e água fresca: Glasheen vive de comer caranguejos
e beber água de coco
Glasheen atualmente vive de caçar e comer caranguejos e cocos. Essa sua vida tranquila, sem o estresse do mercado financeiro e da vida moderna, no entanto, está prestes a acabar. Isso porque o australiano pode ser despejado da ilha a qualquer momento. A empresa Restoration Island Pty, dona da área, entrou na Justiça para removê-lo do local. Admitem apenas que Glasheen fique por lá até o terreno, avaliado em US$ 3 milhões, ser alugado. Os proprietários alegam que Glasheen, para ter a permissão de morar na ilha, prometeu construir um resort no local, com a ajuda de um sócio.
O empreendimento custaria cerca de US$ 200 mil. Em quase duas décadas, no entanto, o projeto não andou. A Suprema Corte do país decidiu que Glasheen tem de sair da ilha. Na tentativa de salvar sua casa, o Robinson Crusoé australiano começou a pedir doações pela internet. Em um mês, ele conseguiu arrecadar pouco mais de US$ 2.400. Questionado sobre o que fará se tiver que mudar de endereço, Glasheen respondeu que não sabe. “Não costumo pensar sobre isso”, afirmou ao jornal britânico The Telegraph. “Apenas sigo vivendo. Amanhã posso estar morto.”