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COPA DE 2010: Balsimelli assinou parceria com a Fifa para vender produtos com a marca da entidade no Brasil

O FUTEBOL BRASILEIRO é reconhecido pelo talento e a competência dentro das quatro linhas. Um bom exemplo disso é que apenas em 2008 o Brasil exportou 1.176 jogadores, garantindo US$ 200 milhões em divisas. O Grupo BWA, no entanto, quer mostrar que o País pode fazer bonito fora dos gramados. A empresa acaba de fechar acordos com a Loteria Federal Italiana e o Comitê de Futebol de Angola – que organiza as eliminatórias da Copa de 2010. Além disso, o grupo está finalizando contratos semelhantes com diversos países árabes, cujos nomes não revela. No total, essas parcerias deverão render, somente no primeiro ano, cerca de US$ 70 milhões aos cofres da BWA. O valor se refere à comercialização de catracas eletrônicas, impressão de bilhetes, gestão do sistema de venda de ingressos do Calcio, como é conhecido o campeonato italiano. Os contratos foram conquistados em concorrências cias internacionais. O primeiro deles foi com a Argentina. “Somos a única companhia do setor no mundo que atua em todas as frentes, incluindo o desenvolvimento de softwares e a produção dos equipamentos até a gestão do evento”, explica Walter Balsimelli Neto, 52 anos, que divide o comando da BWA com o irmão caçula Bruno, 50 anos. Formados em administração e direito, respectivamente, eles começaram a carreira empresarial com a criação de uma pequena gráfica, em 1987, no bairro de Santo Amaro (SP), onde estão até hoje.

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Especializada na confecção de cartões de plástico para bancos e financeiras, a empresa venceu a concorrência para fornecer o cartão magnético do show de Paul McCartney, em 1990. Balsimelli Neto viu ali uma oportunidade de ouro. “Procurei a empresa que gerenciava o acesso ao estádio para fazer uma parceria e descobri que ela havia falido. Então, resolvi montar um negócio para explorar esse filão”, conta. Os primeiros clientes foram o São Paulo e o Grêmio. Atuar no conturbado e desorganizado futebol brasileiro também rende dissabores. Um deles foi a inclusão da BWA no relatório da CPI do Futebol. Os parlamentares acharam estranho o fato de Bruno atuar como conselheiro da Federação Paulista de Futebol e ao mesmo tempo ser um dos fornecedores da entidade, por meio da B&B ComunicaçãoVisual. “A BWA foi citada injustamente. Quem mantinha negócios com a federação era a B&B”, justifica Balsimelli Neto.

Por meio da subsidiária Unique Sports & Marketing, o empresário pretende marcar gols também em outros gramados. No início do ano, ele assinou contrato de gestão do Carnaval paulistano. A agenda de 2009 inclui ainda a festa do centenário do Coritiba, o show da americana Alicia Keys e uma micareta GLS em São Paulo, cuja principal atração será o cantor George Michael. Eventos que deverão movimentar cerca de R$ 30 milhões, segundo os cálculos do empresário. Como o futebol faz parte do DNA do grupo, a Unique também será a responsável por administrar o acordo de licenciamento assinado com a Fifa. A ideia é estampar a logomarca da entidade em camisetas, agasalhos, bonés, etc. Com isso, ele espera ampliar em 30% a receita bruta do grupo, que atingiu R$ 300 milhões em 2008.

Além disso, a Unique criou uma ferramenta que promete, como afirma o empresário, dar um cartão vermelho nos cambistas. Trata-se do IF Cartão de Entretenimento, um cartão pré-pago nominal que funcionará co-mo um passe-livre em shows e eventos esportivos. Para obter os créditos será preciso carregar o “plástico” nos pontos-de-venda conveniados, como a rede de lotéricas da Caixa Econômica Federal e o Carrefour. Na fase de pré-lançamento foram vendidos 77 mil cartões e a meta é chegar a seis milhões até dezembro. “Em um futuro próximo, os ingressos para shows e jogos de futebol serão substituídos por mecanismos como este”, aposta.