12/03/2003 - 7:00
Pressão: 16 por 10. Petrobras: em alta de
R$ 46,05. Pulso: 95 batimentos por minuto. Ibovespa: despenca para 10.000 pontos. Temperatura: 38 graus. Dólar: chega a R$ 3,66. A rotina do médico carioca Maurício Hissa se divide entre os altos e baixos da saúde de seus pacientes e do índice da Bolsa de Valores. Sua paixão pelas finanças levou à criação do site Bastter.com.br, um dos
prediletos dos investidores de risco, que, após quatro anos,
registra 250 milhões de mensagens no fórum. Mas o sucesso no mercado financeiro não afeta a medicina. ?O site é um hobby.
Meus pacientes estão em primeiro lugar?, afirma Hissa, que, no entanto, não descuida da página. No Bastter, é possível encontrar análises e técnicas de aplicação e participar de fóruns sobre o mercado de capitais.
Formado há 10 anos em clínica geral, Hissa trabalha pela manhã em seu consultório no Leblon e à tarde no hospital Copa d?Or, zona sul do Rio de Janeiro. Porém, mesmo sem diploma na aérea financeira, ele é um mestre no arriscado mercado de opções de ações ? no qual a maioria dos aplicadores é profissional, já que o risco de perdas é grande. Para acertar a hora de comprar ou vender, é preciso acompanhar o pregão do início ao fim. Como o médico tem uma rotina intensa, teve de adotar seu irmão Ricardo Hissa como braço direito. ?Ele passa o dia com os olhos no computador. Quando tem algo importante, me avisa. Eu ligo para a corretora e digo o que deve ser feito. Há dias em que eu telefono mais de 20 vezes para o corretor?, comenta.
Além de investidor compulsivo, o médico também é responsável pela atualização diária do site. ?Meu objetivo é formar uma comunidade e informar os novatos no mercado, para que eles não percam o interesse pela Bolsa?, diz.
O próprio Hissa, hoje com 39 anos, quando começou a comprar ações enfrentou sozinho os desafios de investir sem conhecimento. O aprendizado se deu nos famosos sites de home broker. O nome do site pessoal, inclusive, foi copiado do seu apelido nas primeiras comunidades virtuais financeiras. ?Bastter, na realidade, é o nome do meu cachorro (um pastor alemão branco). Na época dos BBS (primeiros boletins via computador), todos tinham medo de dar o nome real. Então adotei esse codinome?, explica.
Foi um ótimo negócio. O Bastter já é referência no mercado, principalmente por ser gratuito. ?Hoje há apenas parcerias. Mas, em breve, teremos uma linha de objetos Bastter: camiseta, boné, caneca e outros artigos personalizados?, adianta.