A China ultrapassou os Estados Unidos nas operações de fusões e aquisições realizadas no primeiro trimestre de 2016. Segundo levantamento da Merril Corporation, feito em parceria com a consultoria Mergermarket, as chamadas operações outbound patrocinadas pelos chineses até março totalizaram US$ 82,1 bilhões, com 85 transações efetuadas, contra US$ 47,5 bilhões investidos pelos americanos em 241 negócios.

O apetite do dragão chinês pode ser analisado como uma busca de alternativas de investimento dos capitais locais à  desaceleração da economia do país, cuja produção industrial caiu pelo 14º mês consecutivo, em abril: entre janeiro e março suas transações de Mergers & Acquisitions (M&A)  cresceram nada menos de 348% em valor, ao passo que os Estados Unidos, que sempre lideraram essa atividade internacionalmente, registraram uma queda de 5,7%.

Em termos globais, o movimento de fusões e aquisições de desacelerou nos três primeiros meses do ano, totalizando US$ 605,5 bilhões, uma queda de 22,9% em relação ao mesmo período de 2015, ano em que foi batido o recorde de M&A no mundo, com US$ 5 trilhões.

O setor Químico Industrial foi o que mais se destacou no mundo, no trimestre, superando o farmacêutico e de biologia. A maior operação registrada foi a oferta de US$ 45,9 bilhões feita pela China National Chemical Corporation para assumir o controle da suíça Syngenta AG – isoladamente, ela corresponde a 31,6% dos US$  145,1 bilhões somados pelas 655 transações do setor.

O trabalho também constatou uma queda da participação do Brasil no mercado de fusões e aquisições nas Américas Central e do Sul, em decorrência das turbulências geradas por fatores que vão dos escândalos de corrupção política ao possível impeachment da presidente Dilma Roussef, passando pela deterioração dos indicadores econômicos, como as altas taxas de desemprego, queda do PIB e recessão.

Até há pouco, o Brasil concentrava, em média, cerca de mais da metade da atividade trimestral  das Américas Central e do Sul,  em valor e volume de negócios. No primeiro trimestre, o market share total do País, que sediou apenas duas das cinco operações mais relevantes, foi de 25,9% em valor e 48% em volume, uma queda de 27,9% e 11%, respectivamente, na comparação com o quarto trimestre de 2015.