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Depois de quase três meses de paralisação, os mais de 10,5 mil roteiristas americanos de cinema e televisão anunciaram o fim da greve, na segunda-feira 11. A notícia foi recebida com entusiasmo, não apenas pela indústria cinematográfica. A Prefeitura de Los Angeles, os canais de televisão, os atores, as principais grifes de moda, os organizadores de eventos, os floricultores, os fotógrafos, os cabeleireiros e maquiadores, os seguranças e outra dezena de profissionais brindaram o fim da greve. Um brinde que pode ser traduzido em um único número: US$ 400 milhões. Essa é a quantia que seria perdida caso o Oscar, a maior cerimônia do cinema, não acontecesse no próximo dia 24.

De acordo com um estudo preparado por Jack Kyser, economista da Los Angeles Economic Development Corp., só o setor de serviços da cidade de Los Angeles, local da premiação, deixaria de ganhar US$ 130 milhões. “O prêmio é extremamente importante. Temos o cuidado de lançar os filmes perto da data da premiação”, diz Cesar Silva, diretor-geral da Paramount Pictures do Brasil. Silva dá como exemplo o filme Beleza Americana, que ganhou cinco estatuetas em 2000. “Lançamos o filme no Brasil uma semana antes do prêmio. Se não tivesse ganhado, teria ficado em cartaz quatro semanas com bom público. Depois de ganhar, permaneceu dez semanas com excelente público.”

FILME CATASTRÓFICO: se o Oscar não acontecesse, a cidade de Los Angeles perderia US$ 130 milhões

O tapete vermelho, na entrada do Kodak Theater, também é visto como um outdoor por empresas de vários segmentos. Na edição de 2003, por exemplo, o astro Leonardo Di Caprio dispensou a limusine e chegou dirigindo um Prius, carro ecológico da Toyota. Virou notícia no mundo inteiro. No caso das atrizes, o negócio é ainda mais explícito. As grifes procuram suas preferidas e emprestam vestidos novos em folha. As joalherias, então, começaram a jogar pesado nos últimos anos. “As marcas européias passaram a pagar para as celebridades usarem suas peças”, diz Andrea Hansen, diretora de comunicação internacional da brasileira H.Stern. “Nós não fazemos isso, apenas emprestamos.” E, até hoje, deu resultado. Na cerimônia de 2001, a empresa emprestou um colar para Catherine Zeta-Jones e o retorno de mídia foi equivalente a US$ 10 milhões. Agora, está em conversa com cerca de 30 atrizes. “Fico na torcida para que alguma use nossas peças. Quem diz que não traz resultado está tapando o sol com a peneira”, conclui Andrea.