21/05/2008 - 7:00
O BRASIL ENTROU, DEFInitivamente, na agenda do enólogo italiano Renz o Cotarella, o diretor-geral da vinícola Marchesi Antinori responsável por vinhos cobiçados, como o Tignanello e o Solaia. A data será sempre entre os meses de abril e maio, quando está terminando a colheita no Chile. Isso porque o Brasil tornou-se parada obrigatória no caminho da Itália para o país andino, onde a Antinori mantém uma parceria com a vinícola Haras de Pirque, e Cotarella dá seus conselhos na elaboração dos encorpados tintos da casa. E, na pauta brasileira, ele sempre abre espaço para divulgar o Tignanello. “É o vinho que melhor representa a identidade da Toscana nos grandes rótulos”, explica Cotarella, em sua segunda visita ao Brasil – a primeira aconteceu dois anos atrás, quando ele conduziu uma prova de quatro safras, claro, do próprio Tignanello.
São muitas as razões que levam Cotarella, um dos grandes enólogos italianos e eleito no passado o “melhor enólogo do mundo” pela revista Wine Enthusiast, a defender o Tignanello, tinto que nasce num terreno de 47 hectares no coração do Chianti, na Toscana. Os Antinoris tinham acabado de lançar o vinho, quando Cotarella chegou à vinícola, 30 anos atrás. Mas foi o enólogo quem moldou o vinho em sua fase moderna – desde 1982, este tinto é uma mistura da uva italiana Sangiovese com as francesas Cabernet Sauvignon e Cabernet Franc (no início, outras uvas italianas entravam no blend, como a tinta Canaiolo e a branca Trebbiano).
A chegada das duas uvas francesas mudou a definição do vinho, agora apelidado de supertoscano, uma categoria que define os rótulos encorpados, com muito aroma de fruta madura, elaborados com uvas “estrangeiras” na Toscana, e de preço caro. “A Sangiovese dá emoção ao vinho”, exagera Cotarella para explicar o sucesso do seu tinto no mercado brasileiro. A importadora Expand traz, por safra, sete mil garrafas do Tignanello. E vende tudo, ao preço de R$ 480 a garrafa.