As grifes Animale e A. Brand são conhecidas por suas roupas de luxo e seus preços bem salgados. Na semana passada, foi revelado que, por trás desse glamour, há a dura e cruel realidade do escravismo. Fiscais do Ministério do Trabalho encontraram evidências de trabalho análogo à escravidão em oficinas que produziam, exclusivamente, para as marcas. Trabalhadores bolivianos viviam em condições degradantes e de risco, cumprindo jornadas exaustivas, de até 17 horas, para ganhar R$ 5, em média, por peça de roupa costurada – produtos que eram vendidos por quase R$ 600, posteriormente. Em nota, as grifes afirmaram que “não compactuam com a utilização de mão de obra irregular e que todos os seus fornecedores se comprometem a cumprir a legislação trabalhista”. Com o flagrante, subiu para 37 o número de marcas envolvidas com trabalho escravo nos últimos oito anos, segundo levantamento da ONG Repórter Brasil. A organização monitora um universo de 119 empresas por meio do aplicativo Moda Livre. Apesar dos esforços, essa é uma tendência que insiste em não abandonar as passarelas.

Moda criminosa

  • 37 marcas se envolveram em casos de trabalho escravo, nos últimos oito anos
  • Mais de 400 costureiros foram resgatados de condições análogas à escravidão
  • Das 119 empresas monitoradas, apenas 18% fiscalizam suas cadeias produtivas

Nota publicada na Edição 1050 da Revista Dinheiro