15/06/2005 - 7:00
O engenheiro Victor Foroni tinha tudo para ter uma aposentadoria tranqüila. Há dois anos, vendeu a sua parte numa das mais badaladas construtora do País, a Método, e enfiou uma bolada no bolso. Além disso, Foroni já ganhava um bom dinheiro com cavalos de hipismo. Ele é um dos principais criadores no Brasil, com animais que participaram dos jogos olímpicos de Atenas e Sidney. Um luxo. Mas o ex-dono de construtora não se contentou com a rechonchuda conta-corrente. Ele queria voltar ao mundo dos negócios e foi o que fez. No começo deste ano, Foroni virou o homem forte do milionário americano Donald Trump no País. Nada mal, apesar do trabalho que terá pela frente. Está em suas mãos o destino de uma das mais ousadas tacadas de Trump fora dos EUA: o condomínio de alto padrão Villa Trump, que será inaugurado em meados de 2006, em Itatiba (SP). Do sucesso da iniciativa, dependem outros quatro negócios que a Trump Realty Brazil pretende tirar do papel nos próximos anos por aqui. Não é nada, não é nada, cabe a Foroni garantir o retorno a um projeto, o Villa Trump, orçado em US$ 40 milhões ?O Donald Trump tem cassinos, escritórios e hotéis nos EUA. Os planos também são diversos no País. Incluem até edifícios de luxo?, diz. A única obrigação é que cada uma das operações tenha um volume geral de vendas superior a R$ 100 milhões.
A tarefa não será fácil. Primeiro, porque Foroni sabe que o público-alvo do Villa Trump é restrito. E não será simples convencer mil pessoas a aplicarem cada uma perto de US$ 400 mil para ter uma casa de campo último tipo no interior paulista, como esperam os controladores do negócio. O Trump Realty Brazil pertence a família Depieri (acionista da farmacêutica Aché), a família Meyerfreund (ex-dona da Garoto), Ricardo Bellino e Avilsom Jacetti Junior. Foram essas pessoas que, em busca de profissionalização, procuraram Foroni, um craque do setor imobiliário.
Uma das grandes armas para convencer os milionários está na segurança e no lazer do Villa Trump. Só em segurança serão gastos 10% dos US$ 40 milhões. Natural. Para Foroni, esse tema precisa ser tratado como guerra. ?Nossa central de segurança não será uma portaria. Será um verdadeiro bunker no meio do empreendimento, porque quando o bandido entrar no condomínio, a inteligência precisa estar preservada?, explica. Até por isso, completa, o projeto não terá eventos na sua agenda. ?Eventualmente, terá um torneio de golf. Mas não passará disso?, diz. Tudo para tornar a vida do condômino um paraíso. Quem for passar alguns dias por lá não precisará fazer nada. Basta usar o computador ou o telefone e pedir. Haverá jardineiros, empregadas domésticas à disposição. ?A intenção é estar na vanguarda?, diz.
Vanguarda. É outra palavra muita conhecida de Foroni. Foi assim na Método, que ele ajudou a fundar em 1973. Então, por que Foroni saiu da Método? ?Eu deixei a companhia no fim de 2003, porque eu já havia feito tudo pela empresa?, explica. Donald Trump, certamente, adorou.