05/02/2016 - 0:00
Nos anos 1990, quando a imagem das tevês era analógica, “fantasmas” frequentemente apareciam na tela por conta da baixa qualidade de transmissão. Com os aparelhos digitais, esse problema ficou no passado.
Mas os fabricantes de televisores brasileiros estão enfrentando um novo fantasma: uma drástica desaceleração das vendas dos aparelhos.
Em 2015, as vendas foram 36% menores, segundo dado da Eletros, associação que representa as empresas do setor. Pela primeira vez, desde 2010, elas caíram abaixo de 10 milhões de aparelhos. Em números exatos: 9,5 milhões de tevês contra 14,9 milhões de 2014.
O setor já esperava uma queda nas vendas por conta de 2014 ter sido um ano de Copa do Mundo, o que tradicionalmente se traduz em um bom desempenho na área. Mas não imaginava que o tombo seria tão grande.
De acordo com um executivo de uma grande fabricante de tevê, nenhuma das empresas passou imune aos efeitos dessa crise. “Não teve ninguém que conseguiu rentabilizar a operação”, diz ele.
As coreanas Samsung e LG permanecem soberanas na liderança do mercado de televisão. As demais como TPV (dona da marca Philips), Semp Toshiba, Philco e Sony disputam uma divisão diferente.
As perspectivas para 2016, segundo a visão desse executivo, não são as melhores, em razão do prolongamento da crise, em especial a política.“Quem não tem DNA de camelo para atravessar a crise vai morrer na praia”, diz o executivo.