Assim que se estaciona em frente ao portão do condomínio fechado Fazenda Boa Vista, no quilômetro 102,5 da rodovia Castelo Branco, que liga a capital paulista ao oeste de São Paulo, um funcionário se aproxima e pergunta o motivo da visita. Se a pessoa não for convidada de um dos donos das 380 propriedades do empreendimento, que demandou investimentos de R$ 670 milhões, a entrada não é liberada. Isto é, não era até a inauguração do hotel Fasano Boa Vista, no sábado 20. Informar que é hóspede da primeira unidade campestre da sofisticada grife hoteleira é a senha para o portão de ferro se abrir e o carro circular por uma avenida de jabuticabeiras. No início do projeto, esse passe nem seria permitido. 

Incrustado em meio aos 1.200 hectares da Fazenda Boa Vista, que por 25 anos pertenceu à família Auriemo – dona da incorporadora JHSF, que lançou e administra o condomínio –, o hotel só seria aberto aos convidados de proprietários. A ideia era garantir a privacidade de quem investiu mais de R$ 2,5 milhões para ter paz e sossego em uma das vilas ou estâncias do lugar, entrecortado por dois campos de golfe, campo de polo, três quadras de tênis, 15 lagos, 100 alqueires de matas nativas e mais de 3 mil árvores plantadas de acordo com o harmonioso projeto da paisagista Maria João D’Orey. Entendeu-se que seria impraticável manter um hotel do porte de um Fasano com essa política de ocupação”, diz José Auriemo Neto, presidente da JHSF.  

 

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Quando o campo e a cidade se encontram: o novo Fasano Boa Vista alia

o clima bucólico da fazenda com a sofisticação dos hotéis urbanos da grife

 

Ao todo,  o hotel-fazenda tem apenas 39 unidades. A diária mínima de R$ 1,5 mil por casal ajuda a selecionar quem irá desfrutar do conforto minimalista de uma das 27 suítes standard. Quem gosta de espaço pode optar pela suíte duplex (diárias de R$ 2 mil), com direito a sala de estar com um mega e confortável sofá em L e uma varanda a mais, equipada com lareira. Assinado pelo arquiteto Isay Weinfeld, o projeto de R$ 55 milhões e decoração clean, protagonizada por concreto, tijolos aparentes e muita madeira — marcas registradas da grife Fasano —, aconchega os hóspedes, que ainda desfrutam de uma piscina, e restaurante com menu assinado a quatro mãos pelos renomados chefs Salvatore Loi, italiano, e Laurent Suaudeau, francês.

 

Aulas de golfe, tênis e equitação, bem como um spa, que será inaugurado até o fim deste mês, também fazem parte do cardápio de atividades, num perfeito equilíbrio entre o idílico e o urbano. Assim como os hóspedes são bem-vindos às áreas comuns do empreendimento, os proprietários de casas (as chamadas villas) também podem desfrutar das benesses do hotel e requisitá-las para as suas residências. Entre elas,  o serviço de concierge, incluído no condomínio que varia de R$ 1,5 mil a R$ 8 mil . Para quem não se contenta em ser apenas hóspede do lugar, novos lotes (cerca de 300) serão lançados nos próximos três anos.