Uma descoberta de cientistas chineses está provocando um alvoroço na comunidade acadêmica e fascínio na população em geral: um fóssil de um feto de dinossauro dentro de um ovo com idade entre 66 milhões e 72 milhões de anos acaba de ser apresentado ao público. “É um dos melhores embriões de dinossauro já encontrados”, disse à AFP a pesquisadora da Universidade de Birmingham Fion Waisum Ma, coautora da publicação na revista iScience. O animal pertence ao grupo dos terópodes oviraptorídeos, parentes distantes das aves, e ajudará os pesquisadores a entender a evolução da espécie.

Bebê dinossauro é descoberto intacto dentro de seu ovo

Não há dúvidas de que, além de encantar pelo mistério e raridade, fósseis de dinossauros tão bem preservados como este ajudam a ciência de diversas formas como descobrir como o planeta, espécies e o próprio ser humano eram no passado, como se comportavam e como se desenvolveram. Mas resta entender por que a sociedade de forma geral não valoriza tanto os animais que habitam o planeta hoje como aqueles que estiveram por aqui há milhões e milhões de anos.

Feto de dinossauro
Imagem que simula o feto do animal, pertencente ao grupo dos terópodes oviraptorídeos

Um estudo do Greenpeace traz o alerta de que das 600 espécies de fauna e flora descobertas na Amazônia nos últimos quatro anos, vários deles já estão em risco de extinção devido à destruição de seu habitat. Nesta lista, animais como o mico munduruku e a cobra tikuna. Já a Lista Vermelha da Organizações das Nações Unidas aponta que mais de 40 mil de uma lista de 140 mil espécies estão em risco de extinção. Do total, 41% são anfíbios; 26%, mamíferos; 13% aves e ao lado deles estão corais, tubarões, crustáceos, além de diversas espécies de flora.

Há dez dias, novo revés. Pesquisa realizada pela Queen’s University Belfast indicou que mais 184 espécies de animais de águas profundas devem ser adicionadas à Lista Vermelha. Apesar de o dado não causar comoção pública, é importante para um entendimento mais amplo da manutenção de ecossistemas. De acordo com Elin Thomas, pesquisadora e estudante de doutorado da Queen’s University, “é vital que continuemos a aprofundar nossa compreensão do ambiente marinho antes que seja tarde para muitas espécies”.

De acordo com a especialista, mapear estes riscos permite que a sociedade pressione autoridades públicas por mudanças de legislações para proteger o meio ambiente. Mas além disso, ao evitar que espécies sumam do planeta evita-se também que as gerações futuras valorizem tanto os fósseis por serem a única forma de entender o mundo de hoje.