Nos últimos meses, jovens e nem tão jovens do mundo inteiro descobriram uma nova mania, o Orkut. Comunidade virtual, clube de amigos na internet, fórum de discussão, o Orkut é um sucesso. Ele foi criado por um funcionário do Google há sete meses como uma ferramenta de internet para que as pessoas ampliassem a sua rede de contatos. Os interessados ingressam no Orkut por convite e expõem na internet seus amigos e suas opiniões. O serviço já reúne 800 mil pessoas e cresce ao ritmo de 500 usuários ao dia, mas ainda não conseguiu responder à clássica pergunta corporativa: quem paga a conta? Ou, em outras palavras, qual o modelo de negócio por trás da farra de usuários? Até agora, o Google só fez investimentos e não recebeu um único centavo. Não há publicidade ou qualquer tipo de comércio eletrônico. Estima-se que o custo mensal da operação é US$ 500 mil, mas não existe em volta nada parecido com receita. ?Daqui a pouco será necessária uma estratégia para ganhar dinheiro com o Orkut?, disse à DINHEIRO o presidente da consultoria Internet/MediaStrategies, Mitch Ratcliffe.

Por incrível que pareça, uma das barreiras à expansão comercial do Orkut é a hegemonia brasileira no serviço. São quase 400 mil usuários nacionais, ou 49% do total. Eles não são alvos potenciais de empresas americanas que anunciam na rede. Em junho, cerca de 6,49 milhões de brasileiros visitaram sites de comunidades como o Orkut, ou 55% do total de internautas do País, segundo o Ibope/NetRatings. Especialistas em marketing digital apontam que o Orkut lucrará com a venda de anúncios e de links patrocinados, já que clientes não faltam. De acordo com a empresa de pesquisas JupiterResearch, os anunciantes americanos gastarão este ano US$ 8,4 bilhões em publicidade on-line. Em 2008, esse volume chegará a US$ 15 bilhões, mas essa não será a única fonte de receita. Com a taxa de crescimento exponencial, o Orkut é um bom negócio para empresas interessadas em realizar eventos para comunidades específicas.

Na web há outros casos de serviços de extrema popularidade que se tornaram lucrativos negócios. É o caso do comunicador instantâneo ICQ, que foi comprado
pelo provedor AOL, e também do Napster, rede ilegal de troca de música, cujo serviço foi obrigado a fechar e reabriu anos depois no mesmo molde criado pelo iTunes, da Apple, a loja virtual de músicas. O que há de comum entre esses ne-
gócios é que eles foram capazes de encontrar um público pagante e evoluir da situação de custo para a de receita.

 

15 mil novas pessoas se cadastram no serviço do Google mensalmente