09/04/2008 - 7:00
O ESTADO DO TEXAS PARECE ASSOMBRAR os Kennedy, um dos clãs mais influentes na política dos Estados Unidos. Primeiro porque foi ali que o presidente americano John F. Kennedy foi assassinado, aos 46 anos, no dia 22 de novembro de 1963. Segundo porque, até hoje, o caso é recheado de teorias da conspiração. E, agora, passadas mais de quatro décadas, surge uma notícia bombástica que, se tivesse sido descoberta durante os anos Camelot, como os americanos se referem ao tempo em que John Kennedy ocupava a Casa Branca, o presidente teria caído em desgraça: Mr. President teria tido filho fora do casamento com Mary Evelyn Bibb, mulher que ele supostamente conheceu numa festa, numa das fazendas do vice-presidente Lyndon Johnson, em fevereiro de 1961. O nome do pretenso herdeiro bastardo é Jack Worthington II, membro de uma tradicional família de políticos e fazendeiros da região. Nascido em 22 de novembro de 1961, dois anos antes de Kennedy morrer, mas curiosamente na mesma data do assassinato, ele tem 46 anos de idade e trabalha no mercado financeiro. A história foi revelada na última edição da celebrada revista norte-americana Vanity Fair.
O caso, ainda não comprovado, só foi descoberto porque o próprio Worthington II foi atrás da revista americana. Em meados de outubro de 2006, David Friend, editor da Vanity Fair, recebeu uma carta do advogado de Worthington. Era ninguém menos do que Douglas Caddy, o mesmo que defendeu os homens que, em 1972, invadiram os escritórios do Partido Democrata, no edifício Watergate, em Whashington, a mando do presidente republicano Richard Nixon. Caddy afirmava que Worthington havia descoberto, por intermédio da mãe, Mary Evelyn Bibb, que ele era herdeiro dos Kennedy. Afirmava ainda ser da vontade dele que a revista fizesse um teste de DNA, no qual seu cliente cooperaria livremente.
Mas quem, afinal, era Jack Worthington II? Cabelos castanhos, olhos amendoados, algumas rugas ao redor das pálpebras ? exatamente como Kennedy ? e um espírito aventureiro. Ex-namorado de Sharon Bush, que foi casada com o Neil Bush, um dos irmãos do atual presidente George W. Bush, Worthington II, atualmente casado pela terceira vez, demorou seis meses para finalmente se encontrar com o jornalista. Ainda reticente ao abrir os detalhes de sua história, ele relembrou como sempre foi um ?peixe fora d?água? na família. Insistiu que seu único motivo para desvendar o caso era pura curiosidade humana e que não tinha a intenção de adentrar na esfera política.
A história, Friend lembrou, não seria nada sem Evelyn Bibb. De família tradicional, coroada em vários concursos de beleza e freqüentadora da alta sociedade texana, ela poderia ajudar a desvendar o caso. Worthington II, entretanto, não havia contado para a mãe que estava conversando com a revista e disse que ela precisaria ser avisada ?com cuidado?. Bibb nunca apareceu com seu testemunho e Worthington II jamais se esforçou para dar provas de que era, de fato, filho de John Kennedy. A Vanity Fair, contudo, encomendou um teste de DNA comparando os fios de cabelo de Kennedy com os de Worthington. O resultado foi inconclusivo. Depois de a reportagem ter sido publicada, a família Bibb se pronunciou: ?As declarações de Jack Worthington II são falsas e foram fabricadas por motivos que desconhecemos?. Por trás das intrigas e dos jogos de poder, no entanto, fica a dúvida: será que a história é verdadeira? E, afinal, o que ele queria ao levantar essa polêmica?