23/03/2005 - 7:00
Cheque borracha, cheque caução, cheque pré-datado. Em suas diversas formas, incluindo o estimado cheque bom, este retângulo de papel de 17,5 por 7,6 centímetros aceito como ordem de pagamento está em decadência. Pela primeira vez na história, as transações com cartões de crédito e débito superam no País os pagamentos com cheque. Os últimos dados do Banco Central revelam que o ?dinheiro de papel? respondeu por 36% dos pagamentos feitos em 2004, enquanto as ?moedas de plástico? ficaram com 37% do bolo. Os demais 27% ficaram por conta de transferências interbancárias e débito direto. A virada é impressionante e denota um fenômeno do século 21. Em 1999, os cartões representavam só 16% das transações, e os cheques movimentavam 63,5% do mercado. Naquele ano, uma montanha de 4,116 bilhões de folhas de cheque foi compensada no País. Desde então, o avanço tecnológico e a busca por racionalidade mudaram o jogo.
Cartões ganham dos cheques em segurança e praticidade. São também mais baratos para compensar, o que levou as instituições financeiras a criar tarifas punitivas para inibir a emissão de cheques em transações de baixo valor. ?Bancos, comerciantes e consumidores elegeram o cartão de débito como meio de pagamento cotidiano?, resume Álvaro Musa, da consultoria Partner. ?É irreversível.?