28/01/2003 - 8:00
A Sony Music Entertainment perdeu uma de suas principais estrelas. E não é um cantor de rock ou uma nova sensação latina, mas sim Tommy Mottola, o ex-presidente da companhia. Ele decidiu seguir carreira solo e montar sua própria gravadora. No seu lugar, assumiu Andrew Lack, que vem da rede de tevê NBC. Mottola é considerado o midas do mundo do disco. Lançou Mariah Carey, Jennifer Lopez, Celine Dion e Ricky Martin. Também tirou do limbo veteranos como Bob Dylan, Bruce Springsteen e Ozzy Osbourne. Calcula-se que Mottola tenha embolsado cerca de US$ 200 milhões nos 14 anos em que atuou na companhia. No ato da demissão, em meados de janeiro, deixou o prédio da Sony, em Nova York, com um cheque de US$ 20 milhões nas mãos. A saída de Mottola é mais um golpe na trajetória recente da Sony. Ela foi a mais afetada pela brusca mudança no cenário fonográfico mundial. Primeiro foram as megafusões, que lhe roubaram a segunda posição do ranking, hoje com a Warner Music. Depois veio a pirataria e da troca de arquivos na internet. Os números de 2002 ainda não foram fechados, mas no primeiro semestre a Sony Music teve prejuízo de US$ 132 milhões.
Fragilizada, a direção da empresa optou por manter Mottola em seus domínios. No mesmo dia em que ele se demitia, Howard Stringer, chefão da subsidiária americana da Sony, anunciou que a companhia topou ser sócia do novo selo de Mottola. A manobra foi elogiada por Wall Street, que viu nessa jogada uma forma de a gravadora evitar que o executivo levasse com ele os principais astros da empresa.