O texano Robert Stanford tinha tudo o que o dinheiro pode comprar. Aviões, iates, seu próprio time de críquete e o título de “Sir”, concedido pelo governo da ilha caribenha de Antigua, onde se localizava o Stanford International Bank. Com uma fortuna de US$ 2 bilhões e servindo ricaços de toda a América Latina, em busca de aplicações em um paraíso fiscal, o banqueiro era íntimo do governo da ilha e de parlamentares americanos. Sua influência era tão grande que ele foi convidado pelo governo a supervisionar o mercado local – incluindo seu próprio banco.

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Stanford: 13 condenações e uma provável prisão perpétua.

 

Em 2009, porém, o castelo de cartas desmoronou. O Stanford funcionava como uma pirâmide, à maneira da operada por Bernard Madoff. O fim do esquema lesou cerca de 30 mil investidores em mais de US$ 7 bilhões. Stanford foi declarado culpado de 13 das 14 acusações, na terça-feira 6, por um tribunal no Texas. A sentença ainda não foi definida, mas a expectativa é de prisão perpétua. A queda do pirata do Caribe apresentou um saldo positivo: o aumento da vigilância das autoridades americanas sobre os paraísos fiscais, especialmente em relação à lavagem de dinheiro e à evasão de impostos.