25/05/2011 - 21:00
A maior já tida desde que o organismo foi criado na conferência pós-Segunda Guerra de Bretton Woods. O comando do Fundo Monetário hoje equivale não apenas a um posto importante, de projeção. O novo titular da cadeira estará prestes a definir o destino econômico de várias nações. Na pindaíba absoluta, à beira da quebra, europeus enxergam o organismo como sua tábua de salvação. Depois da Irlanda, com um pendura de quase US$ 100 bilhões, estão na boca do caixa para tomar novos empréstimos Grécia, Portugal e até a Espanha.
O Velho Continente treme e o francês Kahn, com a sua benevolência e predileção clara pelos países da vizinhança, vinha até aqui promovendo uma verdadeira revolução do bem na região. Alguns líderes e presidentes do chamado “clube dos ricos” lhe prestavam vassalagem. Outros o paparicavam. A maioria olhava Kahn como um salvador da pátria – não apenas a francesa – por seu estilo político e decidido de resolver os problemas financeiros que apareciam. O sucessor seguirá no mesmo trilho? É a dúvida que atormenta o mundo. Os EUA esticaram o olho sobre o cargo.
Países emergentes fizeram o mesmo. A Europa nunca quis tirar a mão do pote de ouro e agora precisa dele mais do que nunca. O Fundo Monetário que erra prognósticos, comete atrocidades diplomáticas com suas missões inconvenientes e exige “cartas de intenção” draconianas dos tomadores de dinheiro está, mesmo assim, em alta. Virou a arma vital de transformação do planeta e deve apontar o caminho do capital errante nos próximos anos ao eleger os mercados promissores para investimentos.
Até aqui, temeroso de perder o controle sobre aqueles que se deram bem sem a sua ingerência, vinha soltando relatórios de alerta contra o crescimento exacerbado de alguns PIBs e a explosão, perigosa no seu entender, do consumo. Mirou os emergentes que vivem a primavera econômica – Brasil, China e Índia. Tem pouca credibilidade para desestabilizar esses países em ritmo de desenvolvimento, mas muito caixa para ajudar aqueles que querem chegar lá e as antigas potências que perderam seu lugar.