Uma viagem de férias para os Estados Unidos acabou virando um bom negócio no setor de eletroportáteis. Em 1999, o empresário gaúcho Nelson Lisot viajou com sua família para Miami. Na volta, trouxe uma panificadora doméstica em sua bagagem. O equipamento fez sucesso entre os amigos e clientes da loja de produtos de decoração e de cama, mesa e banho de sua família, em Caxias do Sul (RS). Com isso, Lisot resolveu importar 300 unidades, vendidas rapidamente naquele fim de ano. Nascia assim a Cadence, fabricante e importadora de eletrodomésticos brasileira. 

 

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Avanço pelo Brasil: o fundador da Cadence, Nelson Lisot, quer aumentar sua presença

no mercado paulista

 

Atualmente, a empresa comercializa cinco milhões de itens por ano, com faturamento de R$ 215 milhões, disputando com concorrentes como a Mondial e a Britânia a quinta posição entre as marcas de eletroportáteis no Brasil. A companhia conta com um portfólio de 120 produtos, dos quais quatro linhas são produzidas na fábrica de Navegantes, em Santa Catarina, que concentra os itens de maior demanda: ventiladores, ferros de passar roupa, liquidificadores e batedeiras. Mas 80% do que vende a Cadence ainda é importado da China. Essa fatia tende a ficar menor daqui para a frente. 

 

A empresa, que espera terminar o ano com um aumento de 35% em suas receitas, está investindo R$ 40 milhões em uma nova fábrica no Balneário de Piçarras, no litoral norte catarinense. Em uma primeira fase, o plano é construir uma área de 30 mil metros quadrados. Em um segundo momento, a área vai dobrar de tamanho. O investimento acontece num momento em que a Cadence prepara uma abordagem mais agressiva no mercado paulista. “Somos uma marca conhecida no Sul, vendemos para todo o País, mas queremos, agora, estar presentes em um número maior de redes de varejo”, diz Lisot. 

 

Em São Paulo, os produtos da Cadence são encontrados no Magazine Luiza e na Polishop. Mas ainda não estão nas grandes redes de supermercado e demais lojas de eletrodomésticos. Para se aproximar dos consumidores paulistas, a estratégia foi abrir um showroom na capital para apresentar todas as linhas de produtos. Segundo Lisot, a entrada no mercado paulista não acontecera antes porque a empresa precisava ter capacidade para atender esses clientes. “Eu precisava estar preparado”, diz Lisot. “Não posso oferecer um produto e não conseguir atender o cliente.”

 

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