Em seu site pessoal, o indo-americano Ravi Singh desfila, irreverente, um currículo de campeão. Ex-líder estudantil, primeiro cadete da Academia Militar dos EUA a se formar de turbante – o traje típico dos seguidores da religião sikh –, liberado do quepe marcial pelo então presidente Ronald Reagan, primeiro de sua fé a disputar uma eleição americana, ex-político, executivo e golfista nas horas vagas. Há duas semanas, ele desembarcou no Brasil, a convite do PSDB, no papel que atualmente exerce: o de guru de campanhas na internet. Singh convenceu os tucanos a remodelar a vacilante estratégia de José Serra nas redes sociais na tentativa de frear um mês de quedas na disputa contra Dilma Rousseff pela Presidência. 

 

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Poucos resultados: o PSDB pode ter gasto US$ 150 mil com Singh, mas a campanha não decola 

 

O slogan “O Brasil pode mais” começou a ser substituído pelo bordão “É a hora da virada”. O vice Índio da Costa estreou a investida nos e-mails de eleitores com mensagens intituladas “Vamos virar o jogo”. 

 

Fundador da empresa ElectionMall Technologies, sediada em Washington D.C., Singh é a esperança dos tucanos de engajar a dispersa militância e mobilizar votos. A favor do convite pesou seu papel decisivo nas últimas eleições da Colômbia. 

 

Chamado pelo vencedor Juan Manuel Santos quando ele patinava 12 pontos atrás do rival, o guru mobilizou 80 profissionais durante 80 dias numa tática de guerrilha online. Para atrair votos, recorreu às redes sociais, enviou mensagens a caixas eletrônicas e a celulares de eleitores. Em 50 dias, a disputa virou e Santos acabou eleito. 

 

Especula-se que o PSDB tenha gasto em torno de US$ 150 mil pela visita relâmpago de Singh, cuja empresa promete aos clientes colocá-los no topo das pesquisas com uma eficiente estratégica na internet. Se a campanha de Serra se somará aos casos de sucesso do guru, só a contagem do 3 de outubro dirá.