Quem observa o polonês Daniel Libeskind com seu visual popstar de botas de caubói e jaqueta de couro, não imagina que ele participe da reconstrução do maior marco arquitetônico de Nova York. Libeskind faz parte do time de arquitetos envolvidos na ocupação do Marco Zero, onde ficavam as Torres Gêmeas (derrubadas em 11 de setembro de 2001). Com a fala mansa, num tom quase inaudível, ele explica que o projeto do memorial às vítimas do ataque terrorista também é seu e que a obra está avançada. 

 

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Transparências: projeto do Marco Zero, em Nova York, que Libeskind coordena (à dir.), e do paulistano Vitra,

prédio residencial que traz cobertura de R$ 20 milhões

 

“Em setembro de 2011, o mundo vai ver o memorial, a Freedom Tower e a Torre 4 prontos”, disse à DINHEIRO. O arquiteto, radicado nos EUA, esteve em São Paulo divulgando um projeto residencial, o Vitra. O nome não é à toa. Ele é um amante do vidro. “É um dos grandes materiais da arquitetura moderna. Uso-o em todos os meus projetos”, afirma. 

 

Os apartamentos do Vitra serão totalmente envidraçados, do teto ao chão, e terão entre 580 m2 e 640 m2, além da cobertura, de 2 mil m2. Os preços variam de R$ 9 milhões a R$ 20 milhões. “O prédio será equipado com placas solares, que fornecerão energia para o sistema de aquecimento. 

 

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Luminosidade paulistana: fã das transparências, o arquiteto diz ter se inspirado na luz de São Paulo para criar projeto de prédio 

 

O vidro utilizado filtrará os raios do Sol, diminuindo o consumo de ar condicionado e de energia do prédio. O uso do vidro foi uma demanda identificada entre os nossos clientes. Por isso optamos pelo Daniel Libeskind”, disse José Auriemo Neto, presidente da incorporadora do projeto, a JHSF. 

 

“Quando crio um projeto penso não só em quem vai morar nele, mas em quem vai conviver com ele. O vidro proporciona elegância e leveza à paisagem urbana”, afirma Libeskind, que disse que se inspirou numa característica paulistana que muito o impressionou, para criar o projeto. 

 

“A luz da cidade. É incrível!”, disse ele, empolgado – com certeza, nas seis vezes que ele visitou São Paulo, Libeskind não foi apresentado ao céu cinzento e poluído da capital paulista.